
A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou um rombo de R$ 4 bilhões no Ministério da Educação (MEC), expondo graves indícios de corrupção, fraudes contratuais e má gestão de recursos públicos durante o governo Lula. O relatório técnico, divulgado nesta terça-feira (16), revela uma série de irregularidades em contratos firmados pela pasta, principalmente na área de tecnologia e infraestrutura educacional.
Segundo o órgão de controle interno, as falhas comprometem diretamente a execução de políticas públicas voltadas para a educação básica e superior, afetando milhões de estudantes. A maior parte das irregularidades envolve superfaturamento, pagamentos por serviços não executados, e ausência de controle sobre as entregas contratadas.
Indícios de corrupção e desvios estruturais
De acordo com a CGU, ao menos 30 contratos apresentaram “fortes indícios de direcionamento e sobrepreço”, com valores superiores aos praticados pelo mercado em até 200%. Em alguns casos, empresas receberam integralmente por serviços que nunca foram entregues.
Entre os principais alvos das auditorias estão contratos ligados à compra de equipamentos digitais, à construção de unidades escolares e à manutenção de plataformas online de ensino. Técnicos da CGU apontaram conluio entre empresas e servidores públicos, além da prática de “carona em atas de registro de preços” para burlar licitações.
Em nota, o MEC afirmou que está “aprimorando os processos internos” e colaborando com os órgãos de controle. No entanto, não negou nem detalhou os contratos citados.
MEC já era alvo de suspeitas
Este não é o primeiro escândalo a atingir o Ministério da Educação no governo Lula. Em 2023, denúncias sobre a liberação irregular de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) a prefeitos aliados já haviam colocado o MEC sob os holofotes. Agora, com a confirmação de perdas bilionárias, a oposição voltou a falar em “corrupção sistêmica” dentro da pasta.
O deputado Kim Kataguiri (União-SP), membro da Comissão de Educação na Câmara, afirmou que pedirá a convocação do ministro Camilo Santana para prestar esclarecimentos. “É inaceitável que, em um país com escolas sem estrutura básica, se percam bilhões por incompetência ou má-fé”, criticou.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) também se manifestou: “Mais um rombo nas costas da população. Cadê a prometida responsabilidade fiscal e ética pública?”.
CGU recomenda responsabilização
Diante das evidências, a CGU recomendou a responsabilização de servidores e empresas envolvidas, além do ressarcimento integral dos valores ao erário. A controladoria enviará os documentos ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Polícia Federal, que podem abrir investigações para apurar eventuais crimes contra a administração pública.
Nos bastidores, integrantes da CGU admitem que o valor de R$ 4 bilhões pode ser apenas a ponta do iceberg. “Os dados ainda estão sendo consolidados, mas os indícios são gravíssimos”, disse um auditor responsável.
Enquanto isso, o governo Lula tenta minimizar os danos. Interlocutores do Planalto classificam o episódio como “falhas herdadas” de gestões anteriores e defendem que não há “conivência política” com os problemas apontados.
Resumo em tópicos:
- CGU identificou rombo de R$ 4 bilhões no Ministério da Educação no governo Lula.
- Auditoria apontou superfaturamento, fraudes e ausência de fiscalização em dezenas de contratos.
- Oposição cobra explicações do ministro Camilo Santana e fala em “corrupção sistêmica”.