
- Governo Lula gastou R$ 8,4 milhões em anúncios digitais em 30 dias.
- Valor representa aumento de 360%, chegando a média diária de R$ 283 mil.
- Isenção do IR até R$ 5 mil foi o tema mais impulsionado nas campanhas.
O governo Lula aumentou em 360% os gastos com anúncios nas redes sociais em apenas 30 dias, chegando a R$ 8,4 milhões, uma média de R$ 283 mil por dia. O valor supera em muito o desembolsado nos dois meses anteriores, quando foram gastos R$ 4,7 milhões.
Segundo dados da Meta, dona do Facebook e do Instagram, o perfil oficial do Governo Federal se tornou o maior contratante de impulsionamento político nas plataformas. O investimento mira principalmente a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, projeto aprovado nesta semana.
Estratégia de comunicação
A equipe da Secretaria de Comunicação Social, comandada por Sidônio Palmeira, decidiu intensificar a presença digital do governo. Para isso, apostou em conteúdos curtos, de tom bem-humorado e fácil compartilhamento, buscando maior alcance junto à população.
Esse formato contribuiu para que a conta oficial do governo no Instagram ganhasse 1,2 milhão de novos seguidores em poucas semanas, chegando a 2,9 milhões. Assim, a estratégia reforça a aposta no ambiente digital como principal canal de comunicação.
Além da pauta do Imposto de Renda, outros temas passaram a receber destaque nos anúncios, como a valorização do PIX, do SUS, a saída do Brasil do Mapa da Fome e o programa Luz do Povo.
Comparação de gastos
Nos dois meses anteriores, o gasto médio diário do governo com impulsionamento digital era de R$ 77 mil. Agora, esse valor quase quadruplicou, ultrapassando a marca de R$ 280 mil por dia.
Essa escalada mostra uma mudança clara de prioridades: enquanto a oposição critica a estratégia, a comunicação oficial insiste que o objetivo é informar a população sobre medidas do Executivo.
Ainda assim, o número chama atenção por ocorrer em um momento em que o governo enfrenta pressões fiscais e busca justificar cortes em outras áreas. A disparada nos gastos digitais gera debates sobre o uso do dinheiro público em campanhas de autopromoção.
O que está por trás da aposta digital
Para aliados de Lula, a comunicação digital se tornou uma arma central no cenário político. A avaliação é de que o alcance orgânico das redes já não é suficiente, o que obriga o governo a investir cada vez mais em mídia paga.
Essa estratégia aproxima a gestão de práticas de marketing político vistas em campanhas eleitorais. Ao mesmo tempo, levanta questionamentos sobre os limites entre propaganda institucional e promoção pessoal do presidente.
Enquanto isso, analistas de mídia destacam que o formato curto e popular dos conteúdos tem ajudado a elevar o engajamento, mas também coloca o governo em disputa direta com influenciadores digitais e criadores de conteúdo independentes.