Impacto aos fundos

Com Selic a 14,25%, FIIs se tornam menos atrativos

A elevação da taxa Selic para 14,25% ao ano trouxe impactos diretos para os fundos imobiliários (FIIs).

Com Selic a 14,25%, FIIs se tornam menos atrativos
  • O estudo analisou os 117 FIIs que compõem o Ifix, índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na bolsa
  • Entre os poucos fundos que seguem com rendimento acima do CDI, o destaque é o CSHG Prime Offices (HGPO11)
  • O aumento da Selic encarece o crédito e pode reduzir a taxa de ocupação dos imóveis, afetando os retornos

A elevação da taxa Selic para 14,25% ao ano trouxe impactos diretos para os fundos imobiliários (FIIs). Há um ano, com a Selic em 10,50%, quase 70% dos FIIs ofereciam dividend yields acima do CDI.

Agora, após sucessivos aumentos, apenas seis fundos imobiliários mantêm essa performance, segundo levantamento da Economatica.

O estudo analisou os 117 FIIs que compõem o Ifix, índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na bolsa, e considerou apenas aqueles com desempenho positivo nos últimos 12 meses.

Em janeiro, 14 fundos ainda superavam o CDI, que normalmente se mantém 0,1 ou 0,2 ponto percentual abaixo da Selic. Com o último ajuste promovido pelo Copom, esse número caiu para seis.

FIIs que ainda superam o CDI

Entre os poucos fundos que seguem com rendimento acima do CDI, o destaque é o CSHG Prime Offices (HGPO11), que investe em empreendimentos imobiliários prontos. Nos últimos 12 meses, seu dividend yield (DY) foi de 46,61%.

Na sequência, aparecem:

  • Life Capital Partners FII (LIFE11) – DY de 16,09%, focado na aquisição de ativos financeiros e imobiliários.
  • Arch Edifícios Corporativos (AIEC11) – DY de 15,94%, pertencente ao segmento de lajes corporativas.

Impacto da Selic no mercado de FIIs

A alta dos juros afeta de maneira diferente os diversos tipos de FIIs:

  • Fundos de tijolo: Investem diretamente em imóveis e tendem a sofrer mais com juros altos. O aumento da Selic encarece o crédito e pode reduzir a taxa de ocupação dos imóveis, afetando os retornos.
  • Fundos de papel: Aplicam em ativos lastreados em créditos imobiliários e costumam ter seus rendimentos corrigidos por índices atrelados à inflação ou à taxa de juros, o que pode ser um fator positivo em momentos de alta da Selic.
  • Fundos híbridos: Misturam ativos de tijolos e papéis, exigindo uma análise mais detalhada para avaliar o impacto dos juros na carteira.

Vanessa Morauer Voigt, analista sênior da Aware Investments, destaca que:

“fundos de papéis podem ser beneficiados por um cenário de alta dos juros, já que muitos têm indexadores atrelados à inflação ou ao próprio CDI. Já os fundos de tijolo enfrentam maior pressão.”

Como escolher bons FIIs em um cenário de juros altos

Para investidores que buscam FIIs pagadores de dividendos, alguns critérios são fundamentais:

  • Saúde financeira: Verificar a solidez da carteira e o histórico de pagamentos do fundo.
  • Cap Rate: Métrica que avalia a relação entre receita e valor patrimonial do imóvel, indicando a qualidade do fundo.
  • Segmento e localização: Fundos com imóveis bem localizados e demanda estável tendem a ser mais resilientes.
  • Gestão eficiente: Um bom gestor faz diferença na entrega de resultados consistentes.

A especialista reforça que é essencial avaliar a liquidez do fundo no mercado e a recorrência na distribuição de dividendos.

“Além do retorno momentâneo, é importante entender a sustentabilidade desse rendimento no longo prazo.”

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ