- A gasolina subiu 9,39%, fechando o ano a R$ 6,29, enquanto o etanol teve aumento de 18,61%, chegando a R$ 4,27 por litro
- A valorização do dólar e o aumento do preço do etanol anidro contribuíram para os reajustes nos combustíveis em 2024
- O diesel teve alta de 3,85% no ano, com preços médios de R$ 6,20 para o tipo comum e R$ 6,27 para o S-10
A gasolina encerrou o ano de 2024 com um aumento de 9,39%. Assim, atingindo o preço médio de R$ 6,29 por litro, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL).
Este levantamento, que consolida os preços em 21 mil postos de abastecimento por todo o Brasil, também aponta o etanol com uma alta de 18,61%, fechando o ano a R$ 4,27 por litro.
O aumento dos combustíveis em 2024 foi impulsionado por uma série de fatores. Bem como a valorização do dólar frente ao real e, as mudanças nos custos do etanol anidro, componente essencial na mistura da gasolina.
Motivos e impactos no bolso do consumidor
O aumento nos preços dos combustíveis ao longo de 2024 foi determinado por uma combinação de reajustes de preços no mercado interno. E, ainda, pela influência externa do câmbio e também por questões estruturais no setor de distribuição.
De acordo com Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil, a valorização do dólar foi um fator decisivo para a alta, especialmente nas últimas semanas do ano.
“Além dos reajustes ao longo do ano, a alta nos combustíveis também foi provocada pela valorização do dólar em comparação ao real”, afirmou.
A pressão do câmbio afetou diretamente o custo de importação de derivados de petróleo e o preço final nos postos de abastecimento.
Outro fator que pesou no preço da gasolina foi o encarecimento do etanol anidro, que representa 27,5% da mistura final que chega às bombas.
Embora a Petrobras tenha realizado apenas um reajuste no preço da gasolina ao longo de 2024, de 7,12% ou R$ 0,15 por litro, no dia 8 de julho, boa parte do aumento observado no ano está relacionada ao impacto dos preços do etanol.
“Fatores de infraestrutura também afetam o preço final encontrado pelo consumidor. É importante ressaltar que, apesar da variação significativa do etanol, o biocombustível ainda é mais viável financeiramente em boa parte do Brasil”, complementa Pina.
Diesel também apresenta alta
O diesel, por sua vez, teve um aumento mais moderado em 2024. O IPTL apontou uma alta acumulada de 3,85% para o diesel comum e 2,79% para o diesel S-10, com preços médios de R$ 6,20 e R$ 6,27, respectivamente.
Esse aumento mais suave no preço do diesel em comparação com a gasolina e o etanol se deve ao fato de que, ao longo de 2024, não houve reajustes significativos nas refinarias da Petrobras, a principal fornecedora do combustível.
No entanto, a alta de preços registrada no mercado foi resultado dos reajustes nas refinarias privadas, como a Acelen, que responde por 14% da produção nacional de derivados de petróleo.
Além disso, o Brasil ainda depende de importações para abastecer sua demanda de diesel. Que representam entre 20% e 30% do consumo, enquanto no caso da gasolina, essa dependência é muito menor, cerca de 5%.
O futuro dos preços dos combustíveis
A tendência para 2025 ainda é de incertezas no mercado de combustíveis.
A continuidade da alta do dólar e os ajustes nos preços dos derivados de petróleo podem gerar novos aumentos nos preços para os consumidores.
Além disso, os custos do etanol devem continuar sendo um ponto de atenção, já que o biocombustível segue com grande influência na composição da gasolina.
A expectativa é que, com o aumento da demanda por combustíveis e a instabilidade cambial, o Brasil continue enfrentando pressões de preços nos postos de abastecimento.
Dessa forma, 2025 se configura como um ano de desafios para o bolso dos brasileiros. Especialmente para quem depende dos combustíveis no dia a dia.
O governo e as empresas do setor seguem atentos à volatilidade do mercado, mas o consumidor já pode esperar que, ao menos no curto prazo, os preços dos combustíveis permaneçam elevados.