Com a inflação mensal em queda, muitos investidores começam a questionar se o momento de apostar em títulos atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já passou. No entanto, segundo Arley Junior, estrategista de Investimentos do Santander Brasil, há alternativas para continuar a proteger a carteira. Em setembro, o IPCA registrou deflação de 0,29%. Este foi o terceiro mês consecutivo de recuo do indicador, algo que não ocorria em 24 anos – em julho e agosto o índice caiu 0,69% e 0,36%, respectivamente.
Um dos caminhos que podem ser seguidos pelos investidores, segundo o executivo, é optar por títulos com prazos mais longos.
“O investidor que adquirir títulos com vencimentos mais curtos, como para 2023, por exemplo, pode não obter uma rentabilidade tão interessante quando comparado a do CDI. A saída é alongar a carteira, ou seja, comprar títulos com vencimentos maiores”, afirma.
Outra alternativa é apostar em títulos prefixados, já que a inflação projetada para um ano ou prazos mais curtos tem sido revista para baixo.
Tipos de investimentos
Alguns investimentosatrelados à inflação pagam uma taxa fixa e outra variável, normalmente acompanhando um indicador de preços – os mais utilizados são o próprio IPCA ou o IGP-M. É o caso dos títulos do Tesouro Nacional Tesouro IPCA+, também conhecidos pelas siglas NTN-B e NTN-B Principal. Este título tem uma rentabilidade prefixada, definida no momento da Ino título a uma taxa fixa de 5% e, ao final do período, o IPCA subiu 5%, o rendimento total do seu investimento será de 10%.
Esses títulos também fazem parte da carteira de fundos de renda fixa atrelados à inflação, cuja referência são os índices da família IMA-B, que reproduzem o desempenho de uma cesta de título públicos NTN-B. Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e alguns Certificados de Operações Estruturadas (COEs) – que veem ganhando espaço na carteira dos brasileiros – são outros produtos atreladas ao IPCA.
“Sempre indicamos a todos os perfis de investidor uma parcela da carteira em inflação como forma de proteger os investimentos e garantir o poder de compra”, afirma Arley.