Conheça o empurrão que pode tirar o “carro voador” do papel no Brasil

• Aporte do BNDES fortalece caixa e acelera P D da Eve
• Projeto integra aeronave software e gestão de tráfego para viabilizar a mobilidade aérea urbana
• Fábrica em Taubaté depende da certificação da Anac e pode gerar empregos qualificados

O BNDES anunciou investimento de R$ 405,3 milhões na Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer que desenvolve um eVTOL popularmente chamado de “carro voador”. Além disso, o aporte será feito via BNDESPar com subscrição de BDRs em oferta privada.

Segundo a empresa, os recursos fortalecem capital e impulsionam pesquisa e desenvolvimento. Assim, a fase de protótipos avança e a preparação industrial ganha velocidade em São Paulo.

Como será o aporte

O banco estatal realizou a operação por meio da BNDES Participações, que subscreve BDRs lastreados nas ações da Eve listadas nos Estados Unidos. Além disso, a estrutura privada reduz prazos e garante previsibilidade para a companhia.

De acordo com o BNDES, o dinheiro sustenta o plano de negócios e amplia a capacidade de testes, certificações e ramp-up fabril. Desse modo, a Eve melhora a posição de caixa para atravessar etapas críticas de engenharia.

Aloizio Mercadante afirmou que o apoio é “estratégico para colocar o Brasil na vanguarda da mobilidade aérea sustentável”. Portanto, o governo mira empregos qualificados e liderança tecnológica.

O produto e o ecossistema

O eVTOL da Eve leva cinco pessoas, sendo quatro passageiros e um piloto, e tem autonomia estimada de 100 quilômetros. Além disso, o projeto combina propulsão elétrica, sistemas autônomos e conectividade.

Em paralelo, a empresa desenvolve software próprio para gestão de tráfego aéreo urbano. Assim, operações futuras integram rotas, vertiportos e provedores de serviço em uma mesma malha digital.

Johann Bordais, CEO da Eve, disse que a captação “impulsiona a missão de transformar a mobilidade urbana”. Portanto, a companhia acelera a integração entre aeronave, software e operação.

Fábrica, certificação e impactos

A produção está planejada para Taubaté, no interior de São Paulo. Além disso, a unidade nasce orientada a processos enxutos, o que facilita a escalabilidade quando a demanda crescer.

A etapa seguinte depende da Certificação de Tipo pela Anac. Desse modo, a Eve avança em testes, documentação e conformidade, enquanto alinha cronogramas com fornecedores.

Com isso, a cadeia local tende a ganhar conteúdo tecnológico e empregos de alta qualificação. Entretanto, a execução precisa manter prazos e custo sob controle para preservar competitividade global.