
- Petrobras lançou licitação para sua primeira planta dedicada a combustíveis renováveis em Cubatão
- Unidade terá capacidade de até 16 mil barris por dia e pode gerar 3 mil empregos nas obras
- Projeto fortalece estratégia da estatal em transição energética e amplia papel da RPBC
A Petrobras iniciou a licitação para construir a primeira planta voltada à produção de combustíveis renováveis no Brasil. O projeto ficará na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, São Paulo, e marca um passo estratégico da estatal no setor de energia limpa.
A unidade terá capacidade de processar 950 mil toneladas por ano de matérias-primas vegetais e gordura animal. Dessa forma, a empresa poderá gerar até 16 mil barris diários de BioQAV e diesel renovável. A expectativa é que os contratos sejam assinados no segundo semestre de 2026 e, em seguida, as obras comecem ainda no fim do mesmo ano.
Estrutura do projeto e licitações
O projeto foi dividido em cinco pacotes de contratação. O primeiro, já em andamento, contempla a unidade de pré-tratamento, que será responsável pela retirada de impurezas da matéria-prima antes da conversão em BioQAV e HVO.
Além disso, segundo a Petrobras, a planta contará com tanques de armazenamento para derivados e também para matérias-primas como óleo de soja e sebo bovino. Esses insumos deverão vir principalmente das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, o que garante maior integração com as cadeias locais.
A estatal estima que o empreendimento gere aproximadamente três mil postos de trabalho durante a execução das obras. Portanto, o impacto deve movimentar a economia da região e, ao mesmo tempo, fortalecer a cadeia de fornecedores nacionais.
Com esse avanço, a companhia busca consolidar sua posição em projetos sustentáveis e, além disso, diversificar sua matriz energética. Assim, a empresa pretende atender às pressões globais por descarbonização e ampliar sua relevância no setor.
Aposta em energia renovável
A Petrobras destacou que o investimento faz parte de sua estratégia para reduzir emissões e ampliar a oferta de combustíveis de baixo impacto ambiental. Nesse contexto, a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Renata Baruzzi, afirmou que a nova planta será “um marco no desenvolvimento sustentável” da estatal.
O movimento está alinhado às metas internacionais para ampliar a produção de SAF (Sustainable Aviation Fuel) e diesel renovável, setores considerados essenciais na transição energética. Dessa forma, a estatal mostra que pretende se posicionar como líder em inovação.
Além disso, especialistas avaliam que a iniciativa fortalece a competitividade da Petrobras em um mercado cada vez mais voltado a soluções verdes. Por outro lado, também abre espaço para que a companhia explore novos nichos de negócios no setor aéreo e de transportes pesados.
Consequentemente, essa aposta tende a aproximar a estatal de investidores preocupados com critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). Assim, a atratividade de seus papéis na Bolsa pode aumentar ainda mais.
Impacto regional e futuro da RPBC
A instalação em Cubatão reforça o papel estratégico da Refinaria Presidente Bernardes, considerada uma das mais tradicionais do país. A escolha do local leva em conta não apenas a logística favorável, mas também a proximidade com polos industriais e de exportação.
Além dos empregos diretos, a expectativa é que a obra gere diversas oportunidades indiretas em serviços e infraestrutura. Portanto, toda a região da Baixada Santista deverá se beneficiar, tanto durante a construção quanto na operação futura.
O projeto também poderá servir de modelo para outras unidades da Petrobras, caso os resultados confirmem as projeções de eficiência e retorno. Assim, a estatal terá condições de replicar o modelo em diferentes estados.
Com isso, a RPBC pode se consolidar como um símbolo da nova fase da Petrobras. A unidade combina tradição na produção de combustíveis com inovação em sustentabilidade, criando um marco importante para o futuro energético do país.