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Consórcios: o setor que cresce mesmo em tempos de crise fiscal

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Em 2021, o tema consórcios ganhou grande notoriedade na mídia nacional, à medida que o segmento, que completava quase 60 anos, atraía cada vez mais adeptos em meio aos juros altos no Brasil. Quase dois anos depois, o setor vive um cenário ainda mais favorável, com o surgimento de cada vez mais ofertas. Atualmente, os consórcios patrocinam importantes programas de televisão na TV aberta e estampam a camisa dos principais clubes de futebol do país.

Em 2023, segundo pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), o setor registrou um expressivo crescimento, com um aumento de 20% nos negócios e quase 12% nas adesões no primeiro bimestre do ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Mas o que explica essa tendência e, o mais importante, o consórcio sobreviverá aos novos ajustes fiscais do novo Governo Federal?

Para Fernando Lamounier, diretor da Multimarcas Consórcios e uma das principais figuras do segmento no Brasil, o ano de 2023 trará ainda mais interessados no setor.

“É importante lembrar que, mesmo com as alterações fiscais propostas pelo novo governo e a corrida para a diminuição da taxa Selic, os consórcios estão em outro patamar. Eles representam planejamento financeiro e fuga dos juros”, afirma o executivo. 

Recentemente, a empresa renovou a parceria com o Atlético Mineiro, campeão do Campeonato Mineiro e da Supercopa em 2022. Esse é um sinal de como os consórcios estão cada vez mais presentes nas transmissões de televisão e em esportes modernos, como a Fórmula E. O retorno dos consórcios aos setores mais conhecidos do Brasil pode ser explicado por uma mudança na percepção das pessoas e o aumento da credibilidade no segmento, principalmente em um país onde está cada dia mais difícil conseguir um financiamento por valores adequados à realidade dos consumidores.

“O investimento sério, com cada vez mais pessoas compreendendo o segmento, faz toda a diferença quando falamos dessa guinada dos consórcios”, explica Lamounier.

O atual crescimento do setor imobiliário brasileiro pode ser explicado pelos números de consorciados no Brasil. Segundo a Abac, em fevereiro, quatro segmentos registraram alta nas somas das comercializações, destacando-se os consórcios do setor de moradia, que registraram um aumento de 32,9% em relação ao ano anterior.

“Acreditamos que podemos alcançar um patamar ainda superior ao de 2022. Vemos um movimento muito interessante no setor imobiliário”, diz Lamounier.

A Multimarcas também viu o segmento de consórcios para imóveis crescer internamente, com um aumento de 19,74% no número de cotas ativas nos primeiros meses do ano. Outro setor que se destaca é o de automóveis e motos, que registrou um aumento de 9,64%.

O que é certo é que os consórcios têm mais 40 anos para continuar a mudar a vida dos brasileiros.

“Acredito que o momento de realização maior que temos é quando os consorciados podem realizar seus sonhos e objetivos por meio do setor. Cada caso que observamos é um grande passo para o segmento”, afirmou o diretor da Multimarcas.

Quando falamos em planos para o futuro, o arcabouço fiscal e as medidas governamentais podem alterar um pouco o cenário, mas com a vontade crescente de buscar alternativas de pagamento e planejamento para fugir dos juros, os consórcios têm um caminho espetacular para o seu centenário.