- EUA fecharão mais de 10 consulados ainda neste semestre
- Cortes podem enfraquecer a influência dos EUA no mundo
- Bilionário lidera esforço para reduzir gastos no governo
O governo dos Estados Unidos anunciou um plano para fechar mais de dez consulados em diversos países ainda neste semestre, incluindo o escritório da embaixada americana em Belo Horizonte. A medida faz parte da política de cortes da administração Trump e pode levar à demissão de centenas de funcionários locais, o que preocupa autoridades diplomáticas e de inteligência.
Consulados em risco
Segundo o site Politico, além do escritório de Belo Horizonte, os consulados em cidades como Rennes, Lyon, Estrasburgo e Bordeaux (França), Düsseldorf, Leipzig e Hamburgo (Alemanha), Florença (Itália) e Ponta Delgada (Portugal) estão na lista de fechamentos. A decisão afetará a capacidade dos EUA de manter presença ativa nesses países e de monitorar questões estratégicas.
O Departamento de Estado, que não respondeu sobre o fechamento da unidade em Belo Horizonte, enfrenta um momento de incerteza, com cortes de orçamento e uma redução drástica de pessoal.
Impacto na segurança e na política externa
O fechamento dos consulados pode comprometer os esforços dos EUA em inteligência, segurança nacional e relações diplomáticas. Essas missões desempenham um papel fundamental na coleta de informações, na promoção da democracia e dos direitos humanos, e no apoio a cidadãos americanos no exterior.
As embaixadas também abrigam representantes do Exército, da inteligência e de diversas agências do governo, responsáveis por acompanhar crises locais e combater ameaças como terrorismo e crimes cibernéticos. A CIA já manifestou preocupação com os cortes, pois muitos de seus agentes atuam disfarçados em consulados e embaixadas.
Redução de orçamento e influência global
Elon Musk lidera a equipe que impulsiona os cortes, revisando os gastos do governo.
Sua equipe, composta por nomes inusitados, como o jovem engenheiro Edward Coristine, de 19 anos, tem exigido que o Departamento de Estado reduza despesas em até 20%.
As reduções ocorrem enquanto a China amplia sua presença diplomática no mundo, ultrapassando os EUA em número de representações globais. Pequim tem fortalecido laços na Ásia e na África e ganhado influência em organismos internacionais, desafiando a liderança de Washington.
Demissões em massa e mudanças internas
O Departamento de Estado enfrenta uma onda de demissões sem precedentes. Nos primeiros dois meses de 2025, cerca de 700 funcionários pediram desligamento, incluindo 450 diplomatas de carreira. Em comparação, antes de 2025, essa média anual era de 800.
O secretário de Estado, Marco Rubio, determinou que missões no exterior reduzam equipes ao mínimo essencial e eliminem cargos vagos há dois anos.
A política “América Primeiro” em ação
As medidas refletem a política externa de Trump, que prioriza interesses internos em detrimento da presença global dos EUA. O fechamento de consulados e cortes de pessoal fazem parte de um esforço maior para reduzir a atuação diplomática americana. Contudo, em um momento em que rivais como a China expandem sua influência.
Se o plano for executado, Washington reduzirá sua presença em mercados estratégicos. E, asssim, perderá agilidade para responder a crises internacionais e enfraquecerá sua liderança global.