
Um novo escândalo ameaça manchar o evento climático mais aguardado do país. O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou indícios de superfaturamento e conluio em contratos firmados para a COP30, marcada para acontecer em Belém (PA).
As investigações apontam para valores inflados em até 1.000%, além da presença de empresas já investigadas por corrupção e fraudes em licitações, em um esquema que remete aos velhos tempos de OAS e Odebrecht — gigantes envolvidas em obras superfaturadas nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva.
Contratos sob suspeita
Segundo auditoria do TCU, dois contratos assinados em junho com o Consórcio Pronto RG são o foco das investigações. O grupo foi responsável pela comercialização de espaços da “green zone” e “blue zone” da COP30 — áreas destinadas a delegações, empresas e patrocinadores.
O relatório técnico revelou uma diferença absurda de preços: cadeiras de R$ 150 sendo cobradas por R$ 1.650, impressoras de R$ 400 por R$ 3.000 e frigobares de R$ 500 por R$ 1.400. Ou seja, sobrepreço de até 1.000%.
Além disso, o consórcio recebeu exclusividade total para negociar os espaços e serviços, sem mecanismos de controle, abrindo brecha para abusos e manipulação dos valores.
Obra de R$ 231 milhões levanta suspeitas
Paralelamente, o governo do Pará investiu R$ 231 milhões em obras para preparar Belém para a COP30. O problema é que as construtoras envolvidas já figuram em investigações por corrupção e superfaturamento, de acordo com levantamento da Folha de S.Paulo.
O cruzamento de dados mostrou conexões entre essas empreiteiras e contratos públicos anteriores marcados por irregularidades. Para técnicos do TCU, o risco de repetição de velhas práticas é evidente, especialmente diante da falta de transparência nos orçamentos e na escolha das empresas.
Repetição do passado
A situação reacende memórias dos escândalos bilionários da era petista, quando empreiteiras como OAS e Odebrecht dominaram contratos públicos com preços superfaturados e propinas a políticos.
Durante seus mandatos, Lula foi apontado em diversas investigações como figura central em esquemas que envolviam repasses de empresas beneficiadas por contratos públicos. Agora, com a COP30 cercada de denúncias, os mesmos métodos de favorecimento parecem reaparecer sob um novo disfarce: o da sustentabilidade.
Críticos afirmam que a repetição de empresas e práticas reforça a percepção de que a máquina pública continua vulnerável aos mesmos velhos vícios.
Resumo final
- TCU aponta superfaturamento em contratos da COP30 com sobrepreços de até 1.000%.
- Obra de R$ 231 milhões no Pará liga construtoras já investigadas por corrupção.
- Esquema lembra escândalos da OAS e Odebrecht nos governos Lula, sugerindo repetição de práticas antigas.