Fim do referendo

Copasa (CSMG3) dispara 61% no ano e privatização ganha força após avanço da PEC em Minas

Assembleia Legislativa aprovou proposta que elimina referendo popular; governo Zema vê caminho aberto para venda da estatal de saneamento.

Copasa 1
Copasa 1
  • PEC aprovada na CCJ da ALMG elimina referendo popular sobre privatização da Copasa.
  • Texto segue para comissão especial e precisa de 60% dos votos em plenário.
  • Ações da Copasa já subiram 61% em 2025 com expectativa de desestatização.

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) deu um passo decisivo para viabilizar a privatização da Copasa (CSMG3). Nesta segunda-feira (15), a Comissão de Constituição e Justiça aprovou a PEC 24/2023, que retira a obrigatoriedade de um referendo popular sobre o tema.

O avanço da proposta representa uma vitória para o governo de Romeu Zema (Novo), que tem a desestatização como prioridade. Agora, uma comissão especial analisará a PEC antes de ela seguir para o plenário, onde os parlamentares precisarão de 60% dos votos para aprová-la.

Como a PEC muda o processo

Até então, qualquer tentativa de privatizar a Copasa dependia da realização de um referendo com a população mineira. A PEC, porém, muda esse cenário ao permitir que a decisão seja tomada apenas com quórum qualificado na Assembleia Legislativa.

Com a alteração, a venda da estatal de saneamento poderá ocorrer com aprovação de três quintos dos deputados estaduais, sem necessidade de consulta popular. Isso acelera o processo e diminui incertezas políticas.

O movimento segue a linha liberal defendida por Zema desde o início de seu governo. Segundo ele, a privatização da companhia é um passo essencial para atrair investimentos e ampliar a eficiência dos serviços.

Repercussão no mercado

Analistas do Itaú BBA afirmaram que o avanço da PEC aumentou de forma significativa as chances de privatização. Em relatório, Fillipe Andrade, Luiza Candiota e Victor Cunha destacaram que o cronograma político será o fator determinante daqui para frente.

Eles lembraram que, após a aprovação da medida, a tese de privatização ganhou ainda mais força e passou a ser acompanhada com atenção pelos investidores. Isso porque a definição do modelo de venda pode abrir espaço para novos fluxos de capital.

O banco também ressaltou que parte do otimismo já se reflete nas ações da Copasa. Os papéis acumulam alta de 61% no ano, impulsionados pelo ambiente regulatório mais favorável e pelas expectativas de desestatização.

O que esperar daqui para frente

A PEC agora será avaliada por uma comissão especial, antes de ser levada a votação em plenário. Caso alcance os 60% necessários, o governo estadual terá sinal verde para avançar no processo de privatização.

O mercado avalia que, embora ainda existam desafios políticos e eleitorais, o governo de Zema possui capital político suficiente para articular a aprovação. Além disso, a perspectiva de atrair investimentos privados fortalece o discurso em torno da venda.

Ainda assim, movimentos sociais e parte da oposição devem questionar a retirada da exigência de consulta popular. Isso pode gerar disputas jurídicas ou mobilizações contrárias, mesmo que o caminho legislativo esteja mais favorável ao governo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.