O 11º aumento consecutivo já era esperado pelo mercado, que vive o maior aperto monetário ininterrupto da história
O Copom (Comitê de Política Monetária) se reuniu nesta quarta-feira (15) para decidir o novo pacote de taxas básicas da economia. A expectativa em direção a mais um aumento para frear a inflação, que há meses está acima dos dois dígitos, foi o principal assunto debatido. Em maio, a Selic chegou ao seu maior patamar dos últimos cinco anos, batendo a casa dos 12,75%. O dilema sobre um novo reajuste foi encerrado com a decisão de subir os juros pela 11ª vez consecutiva.
A nova Selic, fixada pelo Copom, em 13.25% a.a., já era esperada pelo mercado. Ao reduzir o ritmo do aumento da taxa básica de juros, o Comitê de Política Monetária mostra que pode diminuir a dose do remédio, que veio em grande proporção quando começou o ciclo em março de 2021. Apesar disso, o encerramento do ciclo de aumentos não deve vir tão cedo, como indicou o Copom na ata que antevê para a próxima reunião um novo ajuste, de igual ou menor magnitude. Esse é o maior período de aperto monetário ininterrupto que se tem notícias na história do Comitê.
“As taxas bancárias para as mais diversas operações estão sendo elevadas constantemente, inclusive no empréstimo consignado, que por sua própria natureza tem as menores taxas do setor de crédito. Por isso, podemos esperar que os bancos vão promover uma nova atualização dos juros nas próximas semanas, até porque há uma defasagem entre o anúncio do Copom e o reflexo nas taxas do mercado”
explica Gustavo Gorenstein, economista e co-fundador da BX Blue.
Mesmo com essa elevação de juros, o empréstimo consignado tem sido a melhor opção para aposentados e pensionistas no INSS e servidores públicos, pois nesta modalidade de empréstimo, a legislação impõe um teto para esse aumento.
Em dezembro de 2021, o volume do crédito consignado, que é descontado diretamente na folha de pagamento, bateu recorde e atingiu R$ 513,5 bilhões. De acordo com dados do Banco Central, é o maior valor já registrado nessa modalidade de empréstimo. E quase 40% desses pedidos são feitos por aposentados e pensionistas, segundo dados do INSS.