Os Correios não pagaram o aluguel de dezembro de um galpão logístico em Contagem (MG), que pertence ao Fundo de Investimento Imobiliário TRBL11 (Tellus Rio Bravo Renda Logística) é o que aponta a reportagem publicado pelo portal Poder 360. O valor do calote chega a R$ 2,7 milhões, representando uma perda significativa para o fundo, que depende do contrato para 46,5% da sua receita. O valor total que a estatal deve pagar ao longo de 2025 é de R$ 32,4 milhões.
O galpão, entregue em 2020, foi adequado para o uso dos Correios como Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE) e é o maior do Estado. O investimento feito para sua adaptação foi de R$ 350 milhões, segundo fontes do fundo. No entanto, o relacionamento entre as partes se deteriorou após os Correios iniciarem um processo de rescisão unilateral do contrato, em dezembro de 2024, alegando questões estruturais no imóvel. O fundo, por sua vez, não reconhece os problemas de segurança apontados pela estatal, que interrompeu suas operações no local desde outubro de 2024.
O impacto foi imediato no mercado: as ações do TRBL11 caíram 0,94% em 14 de janeiro, e desde o anúncio de possível devolução do galpão, as perdas superaram os 30%. No início de 2024, as ações do fundo estavam avaliadas acima de R$ 100.
A crise financeira dos Correios também agrava a situação, com a empresa enfrentando risco de insolvência. A estatal, que possui 84.700 funcionários, tem um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões para 2024, e parte de sua gestão tenta redirecionar recursos economizados com a rescisão do contrato de aluguel para cobrir outras obrigações.
A TRBL11 já informou que tomará medidas legais contra os Correios, visando cobrar a dívida e proteger os interesses do fundo.