Correios lança marketplace e vira alvo de críticas: ‘frete custa mais que o produto!"

• A plataforma diz que novas promoções “devem surgir nas próximas semanas”.
• Integração com pequenos lojistas, prevista para a 2ª fase, pode baratear fretes regionais.
• Marketplace ainda não possui aplicativo.

Na noite de terça (1º), os Correios colocaram no ar o Mais Correios, marketplace operado pela Infracommerce que inicia com 25 categorias – de celulares Samsung a liquidificadores – e parcelamento em 10× sem juros. O anúncio oficial fala em “democratizar o e-commerce” e até criar um meio de pagamento próprio no segundo semestre.

Preços maiores que outros marketplaces

Uma rápida checagem do TecMundo encontrou itens até 18% mais caros que na Amazon e no Mercado Livre; o Galaxy A56, por exemplo, sai por R$ 2.436,67 no site da estatal, contra R$ 2.192,99 no concorrente privado. Já o Olhar Digital lembra que a vitrine estava no ar em fase de testes desde abril, mas só agora aceita compras.

Já o usuário Leonardo Fróes, apontou no X que o preço encontrado no Marketplace dos Correios de um Galaxy S24 Ultra era quase o dobro do preço encontrado na Magazine Luíza.

“Frete de R$ 23 num SSD de R$ 120? Socorro!”

Bastaram algumas horas para o assunto explodir no Reddit. Entre as queixas mais curtidas:

• “Frete pra cá de um ventilador USB de R$ 10 ficou impossível” – usuário RobbinNoob no reddit.com
• “Olhei só pra ver. SSD R$ 120 + frete R$ 23. Aí não, né, tio.” – pespisheros reddit.com
• “Pra entregar no dobro do prazo da Shopee com cupom de frete grátis” – ReadyAssociation3129 reddit.com

Até sites especializados captaram o clima: comentários chamam a iniciativa de “desperdício” e preveem extravios.

O que dizem os Correios

Em nota, o presidente Fabiano Silva dos Santos classificou o lançamento como “virada de chave histórica” e aposta na “capilaridade única” da empresa para chegar onde rivais não chegam. A estatal sustenta que os preços “são competitivos” e que ajustes logísticos “já estão em andamento”.

Porque o Marketplace dos Correios pode ir por água abaixo

Especialistas lembram que marketplaces vivem de margens baixas e escala gigantesca. Se o frete não for subsidiado – como fazem Shopee e ML – o consumidor pula fora. Nas redes, muita gente vê o projeto como tentativa de tapar buracos no balanço: os Correios fecharam 2023 com prejuízo de R$ 596,6 mi e em 2025 já acumulam rombos bilionários, promovidos pelo Governo Lula.