Em baixa

Sob Lula, Correios registra rombo recorde de R$ 4,4 bilhões no 1º semestre de 2025

Resultado já supera perdas de 2024 e pressiona estatal em meio à concorrência do setor privado.

Correios
  • Correios registraram prejuízo de R$ 4,4 bilhões no 1º semestre de 2025
  • Valor supera o déficit total de 2024 (R$ 2,6 bilhões)
  • Despesas administrativas e judiciais dispararam, com alta de até 512%

Os Correios acumularam um prejuízo de R$ 4,4 bilhões no 1º semestre de 2025, valor que já supera todo o déficit registrado em 2024, de R$ 2,6 bilhões, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (2). O resultado reflete a queda de receita e a escalada de custos administrativos e judiciais da empresa estatal.

De janeiro a junho, a receita líquida somou R$ 8,9 bilhões, contra R$ 13,4 bilhões em despesas. O desempenho negativo representa uma queda de 9,5% na receita em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Aumento expressivo das despesas

Os custos operacionais cresceram em diversas frentes. As despesas com precatórios subiram 512%, enquanto as administrativas saltaram de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,4 bilhões.

O resultado financeiro também deteriorou: de R$ 3 milhões em 2024 para R$ 673 milhões neste ano.

Somente no 2º trimestre, o prejuízo foi de R$ 2,64 bilhões, quase cinco vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Contexto e desafios

Em comunicado, os Correios atribuíram o resultado à aceleração da transformação no setor privado de logística, impulsionada pelo crescimento do e-commerce e pela adoção de modelos de entrega mais rápidos e agressivos.

Além disso, a estatal também destacou a falta de investimentos nos últimos anos, o que teria elevado a pressão sobre estruturas operacionais e administrativas mais rígidas e de alto custo.

Portanto, a crise levou à renúncia do presidente Fabiano Silva dos Santos em julho, após a divulgação do prejuízo do 1º trimestre. Sua gestão havia prometido ampliação de investimentos, mas acabou aprofundando a sequência de resultados negativos.

Histórico recente

Os Correios registraram lucros durante os governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), mas voltaram a operar com prejuízos sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ademais, o quadro acentua o debate sobre a viabilidade do modelo atual da estatal, que ainda opera 10.350 unidades de atendimento e cerca de 1.100 centros de distribuição e tratamento em todo o país.

Por fim, apesar da situação financeira, a empresa reforçou seu papel estratégico, afirmando garantir entregas em todos os municípios brasileiros e assegurar a integração territorial.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.