Eventos restritos

Corrida de repórteres? Casa Branca decide quais jornalistas agora podem cobrir Trump

Governo muda regras e decide quais jornalistas podem acompanhar o presidente nos eventos mais restritos.

Corrida de repórteres? Casa Branca decide quais jornalistas agora podem cobrir Trump
  • Casa Branca passa a controlar a escolha dos jornalistas que cobrem Trump em locais como o Salão Oval e o Air Force One
  • Medida gera críticas e levanta preocupações sobre liberdade de imprensa
  • Mudança ocorre após disputa judicial com a Associated Press, que questiona o bloqueio da agência em eventos presidenciais

A Casa Branca anunciou que, a partir de agora, será responsável pela seleção dos jornalistas que terão acesso a eventos presidenciais restritos. Essa decisão rompe com a tradição de décadas, em que a Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA) organizava o pool de imprensa.

A mudança acontece em meio a uma disputa judicial com a Associated Press (AP), que questiona a tentativa do governo de bloqueá-la de cobrir eventos oficiais. A agência argumenta que a exclusão tem motivação política. Especialmente, após sua recusa em adotar a nova nomenclatura imposta por Trump para o Golfo do México.

A WHCA criticou duramente a decisão. Seu presidente, Eugene Daniels, afirmou que a medida fere a independência da imprensa. E, dessa forma, representa um retrocesso para a transparência no governo.

Justiça alerta sobre riscos da medida

A decisão da Casa Branca foi anunciada um dia após uma audiência judicial em que a AP tentou impedir a mudança. O juiz Trevor McFadden recusou-se a emitir uma ordem para barrar a ação do governo. Mas indicou, portanto, que a AP poderia ter êxito em sua argumentação de discriminação baseada em conteúdo.

McFadden também questionou por que a Casa Branca decidiu romper com um sistema que funcionava há décadas, delegando a escolha dos jornalistas para o próprio governo.

A mudança pode permitir que Trump exclua veículos de comunicação críticos, dificultando uma cobertura jornalística isenta.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, justificou a medida dizendo que a administração quer “devolver o poder ao povo”. Assim, “ampliando o acesso a veículos que nunca tiveram espaço no pool de imprensa!. No entanto, não detalhou os critérios que definirão quais jornalistas poderão cobrir o presidente.

Restrição à imprensa

A decisão de limitar o acesso da imprensa não é um caso isolado. No mês passado, a Casa Branca criou um “novo assento de mídia” na sala de imprensa, permitindo que veículos simpáticos ao governo ocupassem esse espaço.

No Pentágono, grandes redes jornalísticas perderam seus escritórios para novos veículos, alguns dos quais nem sequer haviam solicitado um espaço. O Departamento de Defesa também reduziu o acesso de repórteres a áreas comuns, dificultando a cobertura das atividades militares.

Essas ações reforçam o esforço da administração Trump em controlar a narrativa midiática, limitando a presença de veículos críticos e privilegiando os que apoiam suas políticas.

A decisão da Casa Branca de assumir o controle do pool de imprensa gera um grave precedente para a liberdade de imprensa nos Estados Unidos. Com regras pouco claras, o governo pode bloquear repórteres críticos e selecionar apenas veículos favoráveis ao presidente.

A disputa deve continuar nos tribunais, enquanto organizações jornalísticas tentam reverter a medida e garantir que a imprensa continue desempenhando seu papel de fiscalização do governo.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ