Os dados de criação de empregos nos Estados Unidos, divulgados nesta sexta-feira, 10 de janeiro, superaram as expectativas do mercado, impactando negativamente o preço do Bitcoin. A expectativa era de 160 mil novos empregos em dezembro, mas o número real foi de 256 mil, o que pode dificultar a flexibilização monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
A notícia gerou pessimismo no mercado de criptomoedas, que esperava se beneficiar de novos cortes na taxa de juros americana. No momento da divulgação dos dados, o Bitcoin era cotado a US$ 93.577, com queda de 1,5% em uma hora. Nas últimas 24 horas, a criptomoeda ainda subia 2%, mas acumulava queda de 3% nos últimos sete dias, segundo dados do CoinGecko.
Pressão sobre o Bitcoin
Na quinta-feira, 9, o Bitcoin já havia sofrido uma queda após a notícia de que o governo americano havia obtido autorização para vender cerca de US$ 6,5 bilhões em Bitcoin confiscados. A combinação desses dois fatores – dados de emprego fortes e a venda de Bitcoins pelo governo – aumentou a pressão sobre o preço da criptomoeda.
A criação de empregos acima do esperado sugere uma economia aquecida, o que pode levar o Fed a reduzir o ritmo de flexibilização monetária. A expectativa de um corte na taxa de juros em janeiro já era baixa, e agora caiu para apenas 2,7%, de acordo com a ferramenta FedWatch Tool da CME.
Cortes na taxa de juros poderiam beneficiar criptomoedas como o Bitcoin, incentivando o apetite ao risco dos investidores. No entanto, o mercado agora aguarda a posse de Donald Trump, marcada para 20 de janeiro, que alguns acreditam que poderá impulsionar o preço do Bitcoin a novas máximas históricas.
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O Índice de Medo e Ganância, que mede o sentimento do mercado de criptomoedas, indicava uma posição “neutra” em 50 pontos nesta sexta-feira.
Mais análise
Por volta das 10h49 (horário de Brasília), o Bitcoin subia 1,4% em 24 horas, cotado a US$ 93.676. O Ether, por sua vez, apresentava leve queda de 0,2%, a US$ 3.239, segundo dados do CoinGecko. O valor de mercado total das criptomoedas era de US$ 3,41 trilhões. Em reais, o Bitcoin subia 1,2%, cotado a R$ 572.214, de acordo com o Cointrader Monitor.
Entre as altcoins, o XRP subia 1,5%, a US$ 2,27; a Solana tinha leve alta de 0,1%, a US$ 186,28; e o BNB avançava 0,2%, a US$ 689,34.
Vinícius Bazan, CEO da Underblock, observa que o volume de negociações aumentou nesta semana, mas as movimentações ficaram mais erráticas devido à transição entre os governos Biden e Trump. Bazan acredita que a posse de Trump pode ser um momento de “comprar no boato” mais do que de “realizar no fato”, já que a incerteza dos últimos dias provocou uma correção nos preços das criptomoedas.
Sobre a notícia da possível venda de US$ 6,5 bilhões em Bitcoins confiscados do Silk Road pelo governo americano, Bazan considera o medo do mercado infundado. “Já vimos diversas notícias como essa circularem e, muitas vezes, as vendas não acontecem”, afirma. “Mesmo que o governo venda, é algo transitório, como ocorreu no ano passado com a venda de 50 mil Bitcoins pelo governo alemão”.
