A Worldcoin, a criptomoeda que recompensa usuários por terem suas íris escaneadas, viveu uma montanha-russa de valorização e queda. Lançada em 2023, a moeda chegou a valer quase R$ 24 em dezembro, mas despencou para cerca de R$ 5 até a última sexta-feira (7), segundo a plataforma CoinMarketCap. O que explica essa queda vertiginosa?
Especialistas apontam que a desvalorização da Worldcoin é resultado de uma combinação de fatores. Entre eles, destacam-se:
- Questões jurídicas: O projeto enfrenta problemas legais em diversos países, incluindo o Brasil, devido a preocupações com a privacidade e a proteção de dados.
- Incertezas na economia dos EUA: A economia americana, que influencia o mercado de criptomoedas como um todo, passa por um período de incertezas, o que afeta o valor de diversos ativos digitais.
O projeto no Brasil: sucesso e suspensão
A Worldcoin chegou ao Brasil em novembro de 2023, prometendo dinheiro em troca do escaneamento da íris. A proposta atraiu milhares de pessoas, principalmente na periferia de São Paulo. A startup por trás da moeda alega que a tecnologia pode, no futuro, diferenciar humanos de robôs e evitar fraudes digitais.
No entanto, em 11 de fevereiro, a empresa suspendeu os cadastros no país. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) vetou os pagamentos para novos usuários, argumentando que isso poderia influenciar a decisão de participação no projeto, configurando uma possível violação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Como funciona o pagamento?
Quem teve a íris escaneada recebeu 48 unidades da Worldcoin de forma parcelada:
- 20 moedas foram liberadas 24 horas após o cadastro.
- As 28 restantes são distribuídas mensalmente ao longo de um ano, em quantidades que variam de 2 a 3 por mês.
O aplicativo da World, onde ocorre o agendamento e o armazenamento do código da íris, também funciona como uma carteira digital. Os usuários podem converter os valores em reais e transferi-los para uma conta bancária, mediante o pagamento de taxas.