
O sobe e desce constante e a falta de certeza que tomaram conta do mercado financeiro recentemente fizeram muitos investidores darem um tempo do mundo das criptomoedas. Contudo, nem tudo foi queda! Alguns ativos digitais conseguiram se dar bem nesse cenário, e o grande destaque vai para as chamadas stablecoins de ouro.
Se você nunca ouviu falar, calma que a gente explica. Essas criptomoedas são conhecidas por terem seu valor “ligado” ao preço do ouro físico. A ideia é que, em um mundo perfeito, 1 unidade dessa stablecoin valha exatamente o mesmo que uma determinada quantidade de ouro (como uma onça) no mercado real. Na prática, essa paridade nem sempre é cravada em 100%, mas os valores costumam andar bem juntinhos.
A lógica é parecida com a das stablecoins mais famosas, aquelas ligadas ao dólar americano (como USDT e USDC). Mas, no momento atual, onde a galera está buscando mais segurança para o seu dinheiro, são as stablecoins do metal precioso que estão atraindo mais capital. É a boa e velha busca por um porto seguro, agora no formato digital.
Os dois principais nomes nesse segmento são a Paxos Gold (PAXG) e a Tether Gold (XAUT). Recentemente, essas duas moedas digitais dispararam e atingiram novas máximas históricas, ultrapassando a marca dos US$ 3.300. Esse movimento foi um reflexo direto do próprio preço do ouro físico, que também bateu recordes no mercado tradicional.
Essa disparada representou uma alta impressionante de 24,15% para a PAXG e 23,7% para a XAUT em um curto período. Atualmente, a Tether Gold (XAUT) é a gigante do pedaço, respondendo por cerca de 39% de todo o valor de mercado das stablecoins de ouro, enquanto a Paxos Gold (PAXG) vem logo atrás com 35%.
O mais interessante é que essa forte alta aconteceu justamente entre o final de março e o início de abril, um período em que quase todas as outras criptomoedas importantes, como o Bitcoin, estavam operando em forte queda. Isso mostra como as stablecoins lastreadas em ouro conseguiram atrair investidores que buscavam proteção contra a volatilidade do resto do mercado.
Essa valorização também acontece em um momento em que investidores procuram maneiras mais simples de investir no metal precioso. É o caso dos ETFs de ouro (fundos negociados em bolsa que acompanham o preço do ouro), que também viram um fluxo recorde de dinheiro entrando nas últimas semanas, principalmente vindo de investidores nos Estados Unidos.
Os números mostram o crescimento da demanda: só no primeiro trimestre de 2025, foram criados US$ 42,7 milhões em novas unidades de criptomoedas pareadas ao ouro. Apesar desse crescimento e do interesse renovado, é bom notar que este segmento ainda é considerado pequeno dentro do universo cripto, com um valor de mercado total estimado em cerca de US$ 1,4 bilhão. Ainda assim, é um nicho que está brilhando em tempos de incerteza.