
- Proteção judicial no Brasil e Chapter 11 nos EUA para reordenar R$ 10,7 bi em dívidas.
- Liquidez pressionada após chamadas de margem e dúvidas sobre caixa travado.
- Plano deve incluir venda de ativos e alongamento para recompor confiança e capital de giro.
A Ambipar (AMBP3) entrou com recuperação judicial para se proteger de credores e reorganizar passivos. O pedido foi protocolado na 3ª Vara Empresarial do Rio.
Ao mesmo tempo, a controlada Ambipar Emergency Response buscou Chapter 11 no Texas. Assim, o grupo tenta preservar operações no Brasil e no exterior.
O que foi pedido e por quê
O passivo total ultrapassa R$ 10,7 bilhões. A maior fatia está em bonds. Há ainda debêntures, dívidas bancárias e valores com fornecedores.
Nos EUA, a proteção busca isolar ativos operacionais. Dessa forma, a empresa ganha tempo para negociar com detentores de títulos.
O objetivo imediato é estancar a crise de liquidez. Além disso, a medida tenta evitar vencimentos cruzados e execuções.
Como a crise explodiu
O estopim veio com chamadas de margem do Deutsche Bank ligadas a swaps. Credores, então, revisaram o caixa reportado pela companhia.
Segundo fontes do mercado, parte dos recursos estaria alocada em FIDCs. Havia dúvida de acesso a parcelas relevantes, o que elevou o risco.
Sem confiança, bancos fecharam linhas. Por isso, a Ambipar perdeu a capacidade de rolar dívidas no curto prazo.
Quem está exposto e o que vem agora
Entre os bancos, destacam-se Santander, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Deutsche Bank e Bradesco. Há ainda passivos com fornecedores.
A Ambipar trabalha com Alvarez & Marsal e BR Partners. O plano deve propor venda de ativos, alongamento de prazos e ajustes de governança.
Negociações com bondholders serão centrais. Entretanto, credores pedem transparência sobre o caixa e cronograma de desalavancagem.