
Apesar da turbulência que marca o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o clima dentro do Palácio do Planalto e nos corredores do partido é de otimismo inabalável pensando nas próximas eleições presidenciais. Indicadores como a crise econômica que não dá trégua, a inflação persistente que corrói o poder de compra, o preocupante rombo nas contas públicas, a disparada recente do dólar e uma clara queda na popularidade do presidente parecem não abalar a fé do núcleo duro governista em um segundo mandato consecutivo.
Mesmo com as pesquisas mostrando um cenário menos favorável para Lula do que em outros tempos, a confiança na reeleição em 2026 permanece firme. Assessores próximos ao presidente e lideranças do PT seguem convictos de que o atual chefe do Executivo conseguirá, mais uma vez, sair vitorioso nas urnas.
Nos discursos públicos, o PT e seus aliados de esquerda buscam, naturalmente, suavizar os problemas e minimizar os impactos negativos da gestão atual. Contudo, nos bastidores, a conversa é outra: a sensação predominante é de que a vitória política é alcançável. O partido aposta que Lula conseguirá manter seus apoios políticos fundamentais e terá sucesso nas “costuras” necessárias para garantir um eleitorado fiel, capaz de lhe assegurar mais quatro anos no poder.
Esse otimismo todo se baseia, principalmente, em uma avaliação interna: mesmo com os desafios econômicos evidentes, o presidente ainda é visto como detentor de um grande poder de articulação política. A capacidade de negociar, formar alianças e manter a base unida, mesmo em momentos difíceis, é considerada o grande trunfo de Lula.
A estratégia do PT para 2026 já parece bem definida e vai além da simples reeleição do presidente. O foco é claro: lançar Lula novamente como candidato e, ao mesmo tempo, trabalhar de forma estratégica para aumentar significativamente a bancada do partido e de legendas aliadas no Congresso Nacional. Isso inclui deputados estaduais e federais, mas com uma atenção especial para conquistar o maior número possível de cadeiras no Senado Federal.
Dentro desse plano, a reeleição de Lula não é vista apenas como uma questão de votos populares, mas como parte de um projeto maior de fortalecimento da base política no Legislativo. Ter um Congresso mais alinhado é considerado essencial para garantir a governabilidade e a capacidade de implementar a agenda do governo em um eventual segundo mandato.
Portanto, mesmo diante de um cenário repleto de índices negativos e desafios concretos que afetam o dia a dia da população, a ala governista se mantém convicta. A aposta é que a habilidade de Lula em negociar nos bastidores e a força de sua base política histórica ainda são elementos poderosos o suficiente para superar as adversidades atuais e garantir sua permanência no Palácio do Planalto por mais quatro anos. A confiança, pelo menos internamente, segue em alta.