
O presidente da Argentina, Javier Milei, está enfrentando a maior crise de seu mandato. Uma pesquisa recente do instituto Zuban Córdoba revelou que a confiança da população no presidente despencou, com 57,6% dos argentinos afirmando que não acreditam mais em suas promessas. O apoio ao presidente caiu para 36%, enquanto 6,4% se declaram indecisos.
O que causou essa reviravolta? A resposta está em um nome: LIBRA, uma memecoin que se tornou um pesadelo para muitos investidores e um problema de proporções nacionais para Milei.
Do apoio entusiasmado ao desastre financeiro: a saga da LIBRA
Tudo começou com o apoio público de Milei à LIBRA, uma criptomoeda meme que, em questão de horas, atingiu um valor de mercado impressionante de US$ 4 bilhões. No entanto, o sonho durou pouco. O token despencou vertiginosamente, perdendo mais de 99% de seu valor e deixando um rastro de prejuízos para milhares de investidores.
Milei tentou se distanciar do desastre, alegando boas intenções. Mas a história não colou. Investigações na blockchain revelaram um cenário sombrio: investidores internos, com grandes quantidades de LIBRA, teriam vendido mais de US$ 100 milhões em tokens logo após a publicação de Milei, levantando suspeitas de um esquema de “pump-and-dump” (inflar o preço para depois vender em massa).
Caso de polícia: Interpol e autoridades argentinas investigam o colapso da LIBRA
O escândalo da LIBRA deixou de ser apenas uma questão financeira e se tornou um caso de polícia. Autoridades argentinas estão reunindo provas digitais, como registros de transações e materiais promocionais, para investigar o possível esquema fraudulento.
Medidas drásticas estão sendo tomadas:
- Bloqueio de ativos: Os bens dos desenvolvedores da LIBRA estão sendo congelados.
- Alerta Vermelho da Interpol: A polícia internacional foi acionada para emitir um alerta contra Hayden Davis, empresário do setor cripto que estaria por trás da criação e do colapso da moeda digital.
O escândalo da LIBRA é apenas a ponta do iceberg. A insatisfação com o governo Milei vinha crescendo desde o início do ano, impulsionada por uma economia fragilizada e pela crescente insegurança no país.
A pesquisa de março revelou um cenário preocupante:
- Desaprovação em alta: 58% dos argentinos desaprovam o governo, e esse número só aumenta.
- Rejeição ao FMI: Quase dois terços da população são contra novos empréstimos do Fundo Monetário Internacional.
- Insegurança nas ruas: Metade dos argentinos acredita que o governo não fez o suficiente para melhorar a segurança pública, e mais de 50% se sentem inseguros nas grandes cidades.
Apesar de Milei ainda contar com 41,6% de aprovação, analistas alertam que a situação é crítica. Se o apoio popular cair abaixo de 40%, a governabilidade do presidente poderá ficar seriamente comprometida, colocando em risco o futuro de seu mandato.