
- Correios enfrentam dívida de R$ 1,8 bilhão e risco de execução antecipada de contratos
- Governo estuda aporte do Tesouro e renegociação com bancos para evitar colapso
- Novo presidente terá missão de apresentar plano de reestruturação urgente
O governo federal estuda uma intervenção emergencial nos Correios para evitar um colapso financeiro que poderia afetar a prestação de serviços básicos em todo o país. O plano envolve renegociar um empréstimo de R$ 1,8 bilhão com bancos privados e injetar recursos do Tesouro Nacional diretamente na estatal.
A medida ganhou urgência após o diagnóstico de que a situação da empresa se deteriorou rapidamente em 2025. O estoque de precatórios saltou de R$ 940 milhões em abril para R$ 2,1 bilhões em junho, ampliando o risco de disparo de cláusulas contratuais conhecidas como covenants, que poderiam antecipar a cobrança da dívida e travar a liquidez da estatal.
Pressão imediata sobre o Tesouro
Nos bastidores, técnicos da Fazenda avaliam que apenas a sinalização clara de aporte federal será suficiente para acalmar os credores e impedir a execução do contrato.
Na terça-feira (16), o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, reuniu-se com representantes do BTG Pactual e do Citibank, líderes da operação, para negociar alternativas.
Sendo assim, a avaliação é que, sem uma decisão rápida, os Correios passariam a depender integralmente do Orçamento da União, inflando gastos obrigatórios e reduzindo espaço para políticas públicas.
Desse modo, o cenário preocupa pela possibilidade de transformar a crise da estatal em um problema fiscal mais amplo.
Novo comando herda velhos problemas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou o nome de Emmanoel Schmidt Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, para a presidência da estatal.
Além disso, a missão inicial será apresentar um plano de reestruturação. Até então, a empresa estava sob gestão interina de Fabiano Silva dos Santos, que deixou o cargo em julho.
Em nota, os Correios informaram que já adotam ajustes. As medidas incluem criar um Comitê Executivo de Contingência, diversificar serviços e ampliar ganhos de produtividade.
Portanto, um dos principais destaques é o lançamento de um marketplace, mas novas iniciativas ainda são tratadas como sigilosas.
Alternativas em estudo
Além do aporte, o governo analisa alternativas paralelas para aliviar a pressão financeira. Assim, a Caixa Econômica Federal estuda a compra de imóveis dos Correios, além de explorar possíveis sinergias em serviços financeiros.
Enquanto isso, os bancos evitam comentários públicos. Fontes próximas às negociações confirmam que a União precisará intervir financeiramente para assegurar a sobrevivência da estatal.
Por fim, a expectativa é de que a renegociação avance nas próximas semanas, sob risco de a crise escalar rapidamente.