
- Vendas para o Caribe cresceram 95% em agosto e garantem margens superiores às de pacotes nacionais.
- Jovens de 18 a 25 anos impulsionam demanda, com forte presença nos canais digitais da CVC.
- Região é estratégica para fidelização e rentabilidade, além de ser menos concorrida que o turismo doméstico.
A CVC (CVCB3) registrou um salto expressivo nas vendas para o Caribe, que cresceram 95% em agosto na comparação anual. O desempenho foi impulsionado pela valorização do real frente ao dólar e pela oferta de novos destinos na região, segundo o CEO da companhia, Fabio Godinho.
O executivo destacou que, entre os mercados internacionais atendidos pela operadora, o Caribe tem sido o que mais cresce em volume de vendas. Além da atratividade turística, o destino também garante margens mais elevadas em comparação aos pacotes nacionais.
República Dominicana e México lideram crescimento
Na República Dominicana, as vendas subiram 56% em volume e 57% em passageiros, puxadas pela expansão de novos polos turísticos como Miches. O local concentra hotéis de marcas internacionais como Hilton, JW Marriott e Secrets, ampliando a oferta para clientes que já conhecem Punta Cana.
No México, Cancún e Riviera Maya recuperaram força, com crescimento de 27%. Ademais, a região tem atraído brasileiros com visto americano em busca de novas experiências hoteleiras.
Já Cuba manteve alta de 16% em passageiros, apoiada em preços competitivos e diversificação para áreas além de Havana e Varadero, como os Cayos, que seguem em crescimento.
Jovens puxam demanda e canais digitais ganham espaço
O público jovem, entre 18 e 25 anos, é o segmento que mais cresce nas vendas da CVC para o Caribe. Esse grupo consome conteúdo em redes sociais e finaliza a compra em canais digitais e no WhatsApp da empresa.
A estratégia omnichannel permite que clientes iniciem a pesquisa online e finalizem pacotes em lojas físicas, onde a conversão é 30% contra apenas 1% no site. Assim, esse modelo garante tíquete médio até 50% maior que as vendas digitais puras.
Desse modo, segundo o CEO, a personalização oferecida pelos vendedores aumenta o valor percebido e fortalece o vínculo do cliente com a marca.
Margens mais altas e fidelização de clientes
Os pacotes caribenhos oferecem comissões mais elevadas para a CVC devido ao valor agregado dos serviços e à complexidade logística. Isso torna a região ainda mais estratégica para a rentabilidade da empresa.
Além disso, a fidelização se mostra mais consistente: clientes satisfeitos tendem a repetir viagens para outros destinos caribenhos, ampliando a receita recorrente.
Portanto, a concorrência também é menor do que no turismo doméstico, já que poucas operadoras brasileiras têm escala para atuar no Caribe, o que cria uma barreira de entrada natural para a CVC.
Complemento estratégico e resiliência pós-pandemia
O Caribe serve como porta de entrada para o cliente internacional, funcionando como trampolim para outros destinos. A sazonalidade da região também compensa oscilações de outros segmentos, como cruzeiros.
Ademais, outro diferencial está na recuperação mais rápida pós-pandemia. Protocolos sanitários eficazes ajudaram o Caribe a se tornar um destino mais confiável para o médio prazo.
Por fim, com câmbio mais estável e voos diretos operados por companhias como a Gol (GOLL4), a CVC reforça sua posição como principal operadora da região para viajantes brasileiros.