Uma grande movimentação está afetando a maior estatal brasileira na manhã desta quarta-feira (04). As mudanças do novo governo Lula estão gerando uma verdadeira dança das cadeiras no cargo mais importante da Petrobras, companhia estatal e que deve estar no centro das manobras políticas do terceiro mandato de Luís Inácio Lula da Silva.
A primeira movimentação começou antes mesmo de sua posse, com a indicação de do senador Jean Paul Prates, para a presidência da Petrobras (PETR3; PETR4).
Em entrevista cedida ao Valor, Prates diz que deverá assumir a estatal interinamente por 30 a 60 dias, até passar por todo o processo de conformidade de sua indicação, quando então deve tomar posse como titular. Outra possibilidade, segundo Prates, é que o atual presidente Caio Paes de Andrade renuncie e um dos atuais diretores fique no cargo até ele poder assumir.
A declaração de Prates parecia uma profecia. Ainda ontem, o mercado foi informado que o atual presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, renunciou ao cargo ainda no ano passado, mas afirmou que continuará no comando da companhia até que seu sucessor seja aprovado, segundo fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico. A informação foi divulgada junto ao ofício em que o ministério de Minas e Energia indica o senador Jean Paul Prates para a presidência e para o Conselho de Administração da petroleira. Segundo o comunicado da Petrobras, a indicação será submetida ao processo de governança interna e para a análise de requisitos legais e de gestão e integridade, além do Comitê de Elegibilidade.
De acordo com o serviço de informações Blomberg, a estatal pode divulgar, ainda nesta manhã, um fato relevante sobre o assunto. Comenta-se dentro da companhia que Paes de Andrade foi flagrado participando de uma reunião com o secretariado do governador Tarcísio de Freitas, algo que não deveria acontecer enquanto ele ocupa o cargo na Petrobras. Para não perder o bônus milionário que receberia este ano, ele tenta, junto ao conselho da companhia, a antecipação do fim do contrato.