
- 82% dos brasileiros apoiam cotas em concursos para negros, indígenas, quilombolas e mulheres.
- 80% defendem reservas também em cargos de liderança no setor público.
- Pesquisa mostra apoio massivo a políticas de igualdade e redes de proteção no serviço público.
Uma pesquisa do Datafolha revelou que o apoio às cotas em concursos públicos no Brasil é majoritário. De acordo com o levantamento, 82% dos entrevistados defendem vagas reservadas para negros, indígenas, quilombolas e mulheres.
Além disso, 80% apoiam cotas também em cargos de liderança no setor público, ampliando a discussão para além do ingresso em carreiras estatais.
Detalhes do levantamento
O estudo foi encomendado pelo Movimento Pessoas à Frente e realizado entre 9 e 12 de junho. Ao todo, foram ouvidas 2.008 pessoas em 136 municípios, todas com 16 anos ou mais.
A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Os números reforçam a força do debate sobre representatividade no funcionalismo.
Entre os que rejeitam a política, 17% se posicionaram contra as cotas em concursos e 19% nos cargos de liderança. Ainda assim, a resistência é minoritária.
Outros pontos da pesquisa
O levantamento também mostrou apoio a medidas complementares. 92% defendem redes de apoio a mulheres no serviço público, enquanto 89% apoiam programas contra o assédio.
Entre os que são a favor das cotas em concursos, 12% concordam apenas parcialmente. No caso dos cargos de liderança, o índice sobe para 16%.
Esses dados sugerem que, embora haja amplo respaldo, parte da população ainda vê espaço para ajustes ou limites na aplicação das políticas.
Desigualdade atual
Apesar dos avanços, os números oficiais mostram disparidades. Hoje, as mulheres representam 44,5% do funcionalismo federal, contra 55,5% de homens.
Nos cargos de chefia, a diferença se mantém: 42,3% das posições estão com mulheres, enquanto 57,7% pertencem a homens.
O contraste é ainda mais forte quando o recorte é racial. Mulheres negras ocupam apenas 15,4% dos cargos de liderança, contra 33% preenchidos por homens brancos.