Perdeu o posto

Decisão do Brasil derruba os EUA do Top 10 dos passaportes mais poderosos do mundo

Regras de reciprocidade impostas pelo governo Lula contribuíram para rebaixar os EUA em ranking global.

Crédito: Depositphotos.
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  • Brasil voltou a exigir visto de entrada para americanos, o que tirou os EUA do Top 10.
  • Passaporte americano caiu para a 12ª posição, empatando com a Malásia.
  • Brasil também perdeu força, caindo para o 19º lugar, com acesso a 169 países.

O passaporte dos Estados Unidos perdeu o posto entre os dez mais poderosos do planeta pela primeira vez em 20 anos, segundo o Henley Passport Index 2025. O país caiu para a 12ª posição, empatando com a Malásia, após mudanças recentes na política de vistos adotadas por outras nações.

Entre os fatores que explicam a queda está uma decisão do governo brasileiro, que voltou a exigir visto de entrada para turistas americanos. A medida, anunciada em abril, teve impacto direto no número de países que permitem acesso livre a cidadãos dos EUA.

Como o Brasil influenciou o ranking

A decisão do Palácio do Planalto de restabelecer a exigência de visto foi baseada em critérios de reciprocidade, já que brasileiros também precisam de visto para visitar os Estados Unidos. Segundo o Itamaraty, o Brasil “não concede isenção unilateral de vistos de visita”.

Com isso, a pontuação do passaporte americano diminuiu e os EUA deixaram o Top 10 do ranking, que avalia o número de destinos com entrada sem visto. O Henley Passport Index, elaborado pela Henley & Partners com dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), monitora 199 passaportes e é atualizado regularmente.

O criador do índice, Christian H. Kaelin, afirmou que a queda reflete uma mudança no equilíbrio do poder global. Segundo ele, “nações que abraçam a cooperação estão avançando rapidamente, enquanto as que se apoiam em privilégios do passado ficam para trás”.

Brasil também perdeu posições

O passaporte brasileiro também caiu no ranking: passou da 16ª para a 19ª posição, empatando com Argentina e San Marino. Hoje, o documento garante entrada livre em 169 países, um a menos que na edição anterior, divulgada em julho.

A perda de posições é atribuída à redução de acordos bilaterais e à falta de isenções adicionais nos últimos anos. Apesar disso, o Brasil ainda se mantém à frente de grandes economias emergentes, como México e Índia.

Especialistas avaliam que, embora o impacto simbólico seja maior que o prático, o episódio reforça tensões diplomáticas em torno da reciprocidade de vistos, especialmente com países desenvolvidos.

Os mais e os menos poderosos

Países asiáticos dominam o topo do ranking e confirmam a ascensão da região em mobilidade global. Singapura lidera com 193 destinos sem visto, seguida por Coreia do Sul (190) e Japão (189).

Ademais, na sequência aparecem Alemanha, Espanha, Itália, Luxemburgo e Suíça (188 destinos). Já Canadá (183) e Reino Unido (184) completam o grupo mais bem colocado.

Por fim, na outra ponta, Afeganistão (24), Síria (26) e Iraque (29) ocupam as últimas posições, reforçando a disparidade no acesso global à mobilidade internacional.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.