Diálogo com Moraes

Defesa de Silveira pede novamente que Moraes reconsidere sua prisão

Advogados pedem um "número direto" para contato com o ministro Alexandre de Moraes em caso de emergências médicas.

Deputado Daniel Silveira
Deputado Daniel Silveira
  • A defesa de Daniel Silveira pediu ao ministro Alexandre de Moraes que reconsidere sua prisão, após o ex-deputado ser detido novamente por descumprir medida judicial
  • Os advogados argumentam que Silveira descumpriu a determinação judicial devido a uma emergência médica, durante a qual precisou ir ao hospital sem autorização prévia
  • A defesa solicita um número de contato direto com Moraes ou um servidor responsável, para obter autorização em casos de emergência médica no futuro
  • Silveira retornou à sua residência mais de quatro horas depois do horário limite, o que resultou na revogação de sua liberdade condicional e novo encarceramento

A defesa de Daniel Silveira, ex-deputado federal condenado por crimes contra o Estado Democrático de Direito, solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, que reconsidere a prisão do ex-parlamentar.

Silveira foi novamente preso nesta terça-feira (24), apenas quatro dias após ter conquistado a liberdade condicional. No entanto, decisão que foi revogada por descumprimento de medida judicial.

A defesa argumenta que o ex-deputado descumpriu a determinação judicial porque precisou se ausentar para tratar de uma emergência médica. Além disso, os advogados solicitam ao STF que seja disponibilizado um número de contato direto com o ministro ou com um servidor responsável para que, em casos de urgência, possam pedir autorização para eventuais saídas emergenciais. Assim, como em situações médicas, evitando novos transtornos.

Novo pedido

O pedido foi formalizado nesta quarta-feira (25) e enfatiza que, em uma possível nova emergência, a defesa gostaria de contar uma linha direta com a autoridade judicial para receber uma orientação. Dessa forma, garantindo que o ex-deputado não se exponha a riscos ao ir ao hospital sem uma autorização formal.

“Seja disponibilizado à defesa, um número direto de servidor, ou até do próprio ministro, para, em caso de nova emergência médica, pedir autorização e opinião se o caso é de urgência ou não, para que, somente após o deferimento, correr ao hospital, se ainda estiver vivo”, afirmam os advogados de Silveira no pedido.

A defesa acrescenta que a situação de emergência que levou ao descumprimento da medida foi devidamente justificada.

A condenação

Daniel Silveira foi condenado em abril de 2022 a oito anos e nove meses de prisão pelos crimes de ameaça ao Estado Democrático. Além de coação no curso do processo.

Desde outubro deste ano, ele cumpria pena em regime semiaberto, o que lhe permitia sair da prisão durante o dia, mas com algumas restrições quanto ao horário e à movimentação.

Silveira obteve a liberdade condicional na última semana, sob a condição de usar tornozeleira eletrônica, permanecer em sua residência durante o período noturno (das 22h às 6h), e também aos sábados, domingos e feriados.

No entanto, na madrugada de domingo (22), Silveira desrespeitou essa condição ao retornar para casa às 2h10, mais de quatro horas depois do horário limite estipulado. O ministro Alexandre de Moraes afirmou que a justificativa de que o ex-deputado esteve em um hospital entre 22h59 de sábado (21) e 0h34 de domingo não foi acompanhada de autorização judicial prévia. Ou, no entanto, de uma “demonstração de urgência”.

O descumprimento da medida levou à decisão de revogação de sua liberdade condicional e ao retorno à prisão.

Sem autorização

A defesa de Silveira argumenta que a situação exigiu a ida ao hospital devido a uma emergência médica. E, portanto, que não houve tempo hábil para solicitar autorização prévia ao Judiciário.

A equipe jurídica de Silveira defende que o descumprimento, portanto, não foi intencional e não deveria resultar em uma nova prisão.

A solicitação para que o ministro disponibilize um contato direto visa evitar problemas semelhantes no futuro. Assim, a defesa busca garantir que as situações de emergência sejam tratadas de forma mais ágil, sem prejudicar o cumprimento das medidas judiciais.

O caso de Daniel Silveira segue gerando polêmica, tanto no âmbito jurídico quanto político. Devido à sua condenação e aos desdobramentos em torno de sua pena.

A defesa espera uma nova análise do STF sobre o caso, enquanto aguarda uma decisão sobre a reconsideração de sua prisão.