Projeções indicam que em 2025 o Brasil deve alcançar o segundo maior déficit nominal do mundo, com um saldo negativo de 8,6% do , de acordo com o relatório do BTG Pactual. O estudo, que abrange 22 países, indica que apenas a Bolívia ficará à frente do Brasil, com déficit de 9,7% do PIB. Em comparação, a média dos países emergentes é de 5,7%.
Em 2024, o déficit fiscal do Brasil deverá impactar 7,8% do PIB, e a Índia e a China, com déficits de 7,6% do PIB, ocupam a terceira posição no ranking, à frente de outros países como México e Chile, que apresentam números mais favoráveis, abaixo de 4% do PIB.
O déficit nominal é calculado com base nas receitas e despesas do governo, incluindo o pagamento de juros sobre a dívida pública, e é um indicador fundamental da saúde fiscal de um país. O Brasil, diferentemente de outras economias emergentes, apresenta uma piora em seu cenário fiscal, com um aumento projetado de 0,8% do PIB entre 2024 e 2025. Por outro lado, Bolívia, Índia e China devem melhorar seus déficits em pelo menos 0,7% e 0,2%, respectivamente.
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, em reportagem da CNN Brasil apontou que o desequilíbrio fiscal é reflexo dos gastos elevados do governo nos últimos dois anos.
“Enquanto não houver uma redução do déficit primário e um controle fiscal mais rígido, a estabilidade econômica e a queda da taxa de juros continuam comprometidas”.
afirma Vale.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou em novembro um pacote de medidas fiscais para conter o crescimento dos gastos, com um limite de 2,5% além da inflação. Contudo, especialistas como alertam que essas medidas ainda são insuficientes para estabilizar a dívida pública.