Banco do Brasil já recebe depósitos judiciais via Pix e projeta movimentação de R$1 bi por mês
O Banco do Brasil (BB) deu um passo significativo na modernização dos depósitos judiciais ao implementar, neste mês, o uso do Pix como meio de pagamento. A medida abrange 14 Tribunais de Justiça estaduais e os 24 Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) com os quais a instituição mantém contratos, substituindo o tradicional uso de boletos bancários.
Segundo dados divulgados pelo BB, desde o início da operação com Pix, já foram realizados cerca de 28 mil depósitos judiciais, totalizando R$ 142 milhões. A projeção é que esse volume mensal alcance R$ 1 bilhão, consolidando o Pix como uma ferramenta essencial no fluxo financeiro entre tribunais e jurisdicionados.
O novo sistema permite que o pagamento seja realizado 24 horas por dia, sete dias por semana, agilizando os processos e eliminando a dependência de horários bancários. A tecnologia está disponível por meio de QR Codes gerados automaticamente nas guias de depósito, que podem ser acessadas diretamente nos ambientes virtuais dos tribunais ou no portal do Banco do Brasil.
Aceleração dos processos e eficiência operacional
A implementação do Pix nos depósitos judiciais traz benefícios diretos para o sistema judiciário e para os usuários. A agilidade nas transações financeiras elimina atrasos que eram frequentes com o uso de boletos, cujas compensações exigiam prazos de até dois dias úteis.
“O uso do Pix representa um marco na modernização dos serviços judiciais, proporcionando maior eficiência e agilidade aos jurisdicionados e tribunais”.
destacou o diretor de soluções do BB, Carlos Augusto Barbosa.
Segundo ele, a inovação está alinhada ao compromisso do banco com a transformação digital. Além da celeridade, o novo modelo também promete uma redução significativa de custos administrativos, uma vez que o boleto bancário envolve taxas e etapas adicionais de processamento.
Tribunais aderem ao modelo
Os tribunais que já aderiram ao sistema destacam a praticidade do Pix. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), um dos maiores do país, informou que os depósitos judiciais representam uma parte significativa de suas operações financeiras.
“O Pix traz não apenas agilidade, mas também segurança ao processo, uma vez que reduz erros manuais e oferece maior transparência às movimentações”.
afirmou em nota o presidente do TJ-SP, desembargador Ricardo Martins Costa.
No campo trabalhista, os Tribunais Regionais do Trabalho também apontam impactos positivos. O TRT da 4ª Região, no Rio Grande do Sul, relatou uma diminuição de 15% no tempo de tramitação de processos judiciais que envolvem depósitos financeiros desde a implementação da ferramenta.
Crescimento exponencial do Pix
Criado em 2020 pelo Banco Central, o Pix se consolidou como uma das ferramentas mais populares de pagamento no Brasil, com mais de 150 milhões de usuários cadastrados. Sua adesão nos serviços judiciais reflete a expansão de seu uso em setores estratégicos, além do comércio e das transações entre pessoas físicas.
O Banco do Brasil, que é responsável por uma parcela expressiva da gestão de depósitos judiciais no país, reforça que o sistema é seguro e atende às regulamentações vigentes.
“A inserção do Pix nesse contexto demonstra o potencial de inovação tecnológica no sistema financeiro nacional e o impacto positivo no dia a dia dos cidadãos”, afirmou Ana Paula Lopes, gerente executiva de inovação do BB.
Perspectivas
Com os resultados já apresentados, o BB acredita que a adesão de novos tribunais ao sistema seja uma questão de tempo. Segundo a instituição, negociações estão em andamento com outros Tribunais de Justiça estaduais que ainda não utilizam o serviço.
Além disso, o banco planeja expandir a funcionalidade para outros tipos de transações judiciais, como alvarás e precatórios, ampliando o escopo de uso do Pix no sistema judiciário.