
- Desaprovação de Lula chega a 53,6%, enquanto 42,9% aprovam o governo.
- Nordeste é o único reduto com aprovação maior que rejeição; Sudeste e Sul são os mais hostis.
- Ações de comunicação executadas pelo Planalto ainda não surtiram efeito perceptível, e a imagem segue sendo um problema estratégico.
Levantamento da Paraná Pesquisas, divulgado nesta segunda-feira (25), mostra que a desaprovação do governo Lula chegou a 53,6%, contra 42,9% que aprovam sua gestão. O número indica uma deterioração do apoio popular, mesmo com queda recente da inflação.
Apesar disso, o Nordeste continua sendo o único reduto com aprovação majoritária (54,4%), enquanto nas regiões Sudeste e Sul a rejeição supera os 57%, reforçando os desafios políticos fora das bases tradicionais.
A reprovação em alta
Dentro do universo que reprova o governo, 35,3% o classificam como “péssimo” e 9,3% como “ruim”. Nesse campo, apenas 11,7% o consideram “ótimo” e 17,9% “bom”, enquanto 24,6% avaliam como regular, mostrando indecisão persistente entre parte dos eleitores.
Além disso, a curva de aprovação em 2025 segue abaixo da de 2024, com picos de rejeição em torno de abril (57,4%). Mesmo com leve recuperação recente, o saldo continua negativo: 10,7 pontos percentuais de diferença entre reprovação e aprovação.
Desse modo, estrategistas do governo ainda apostam em reversão a partir de avanços econômicos, especialmente o controle da inflação e redução dos impactos do tarifaço sobre produtos brasileiros.
Tensão regional
O Nordeste respira: ali Lula mantém aprovação acima da rejeição, graças ao legado de políticas sociais e histórico eleitoral. No Norte e Centro-Oeste, o quadro é de empate técnico, com 41,8% de aprovação, o que sinaliza fragilidade do apoio fora do nordeste.
Em contraste, Sudeste e Sul mudaram completamente de tom: ambas regiões registram 57,2% de desaprovação, um sinal claro de que a popularidade do presidente enfrenta forte resistência nessas áreas-chave.
Portanto, esse cenário reforça a necessidade de Lula alcançar novos setores da população, além de ampliar o impacto percebido das ações de governo nessas regiões tradicionalmente mais abertas à oposição.
Reação tardia
Embora a comunicação institucional tenha se intensificado com campanhas nas redes sociais e mídia tradicional, o movimento ainda não reverteu o quadro. A avaliação permanece inferior à observada no início do ano.
Ademais, analistas avaliam que o desgaste político e a instabilidade econômica podem impactar as eleições municipais de 2026. A pressão agora é por resultados mais concretos e visíveis, sobretudo em infraestrutura e programas sociais.
Por fim, para reconquistar os eleitores, o governo precisa acelerar entregas e melhor comunicar suas conquistas, especialmente em regiões onde o descontentamento é mais forte.