A desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atingiu seu ponto mais alto desde o início de seu segundo mandato, com 49,8% dos entrevistados expressando insatisfação, segundo a pesquisa LatAm Pulse, realizada pela AtlasIntel para a Bloomberg. Este aumento de 2,5 pontos percentuais em relação ao mês anterior (47,3%) reflete o crescente descontentamento com a política econômica do governo. Em contrapartida, a aprovação do presidente se manteve praticamente inalterada, com 48% dos brasileiros apoiando sua gestão, número semelhante ao de novembro.
O impacto da economia no governo
O cenário econômico tem sido um dos principais fatores que contribuem para a queda na popularidade de Lula. Apesar de um desempenho robusto nos primeiros dois anos, com crescimento econômico e a redução do desemprego para os menores níveis históricos, os brasileiros enfrentam desafios como juros elevados e inflação persistente. De acordo com a pesquisa, mais de 50% dos entrevistados consideram a situação econômica do país “ruim”, enquanto apenas 33% a classificam como “boa”. Além disso, 15% afirmam que a economia está em situação “normal”.
A pressão sobre o governo também é evidente nos mercados. A liquidação de ativos brasileiros, impulsionada pela preocupação com o aumento da dívida pública e o déficit fiscal, contribuiu para a desvalorização do real, que atingiu uma baixa histórica em relação ao dólar. Este movimento também gerou uma reação do Banco Central, que iniciou novos aumentos nas taxas de juros.
Medidas e reações do governo
Em resposta ao cenário desfavorável, o governo revelou um plano de corte de gastos, que incluiu isenções de imposto de renda para os trabalhadores mais pobres. Embora essa medida tenha sido bem recebida por uma parcela da população, com 58% dos entrevistados dizendo que ela não alterou sua percepção sobre o governo, o apoio a reduções fiscais para melhorar as finanças públicas é significativo, com 70% da população a favor.
A pesquisa da AtlasIntel, realizada entre 26 e 31 de dezembro de 2024, entrevistou 2.873 pessoas e apresenta uma margem de erro de 2 pontos percentuais.