Desafios Econômicos

Desvalorização do real elevará inflação no Brasil, diz gestora

Luis Stuhlberger, da Verde Asset, alerta sobre o cenário econômico brasileiro e revisa estratégias para 2025, com foco em perdas e cautela nas posições

Desvalorização do real elevará inflação no Brasil, diz gestora

O renomado gestor Luis Stuhlberger, presidente e diretor de investimentos da Verde Asset, em reportagem publicado pelo portal Infomoney, expressou preocupações sobre o atual modelo econômico brasileiro, que define como “acelerador fiscal com freio monetário”, e o descreveu como indo “em direção ao muro”. Em sua carta mensal de fechamento de 2024, Stuhlberger destacou que, apesar de os preços de diversos ativos brasileiros já refletirem prêmios de risco elevados, a postura do fundo continua negativa.

De acordo com o gestor, as recentes quedas do real devem gerar impactos inflacionários, obrigando o Banco Central a elevar os juros para “patamares que considerávamos esquecidos”. Em 2024, o principal fundo da Verde, o Verde FIC FIM, apresentou um retorno acumulado de 12,10%, superando os 10,87% do CDI, sua referência. A rentabilidade foi superior ao benchmark em oito dos 12 meses do ano.

Os ganhos foram impulsionados por estratégias em moedas e ações globais, enquanto as commodities e o crédito também contribuíram positivamente. Entretanto, as ações locais e a renda fixa representaram os maiores desafios para o fundo, com perdas significativas nos primeiros meses de 2024.

Para 2025, a gestão da Verde se mantém cautelosa. Stuhlberger afirma que a opção do governo por um “populismo fiscal” exigirá “um preço alto”, com posições no Brasil voltadas para lucros derivados de perdas. O fundo iniciou o ano com uma posição líquida vendida na Bolsa brasileira e no real, além de manter uma pequena exposição em juro real local.

Globalmente, a Verde ajustou suas posições, trocando juros reais nos Estados Unidos por inflação implícita, diante das expectativas em torno de Donald Trump. O fundo segue com alocações em criptomoedas, petróleo e crédito high yield, mantendo uma postura de cautela frente ao cenário atual.