Política

Dinheiro dos ricos vai bancar corte de imposto para todos; entenda nova reformulação do IR

A reforma do Imposto de Renda promete mexer com o bolso de ricos e aliviar o caixa das empresas e consumidores

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Na nova versão do projeto que reformula o Imposto de Renda (IR), apresentada pelo deputado, Arthur Lira (PP-AL), na última quarta-feira (10), toda sobra de arrecadação gerada pela taxação dos mais ricos será usada para reduzir o imposto sobre o consumo, o chamado CBS — um dos tributos do novo IVA (Imposto sobre Valor Agregado).

De onde vem essa ideia?

A proposta original do governo (PL 1087/25), enviada no início do ano, previa aumentar a tributação para os que ganham acima de R$ 50 mil por mês e isentar ou reduzir o IR para quem recebe até R$ 7 mil.

O resultado seria uma arrecadação extra — uma “gordurinha” estimada em R$ 8,3 bilhões já no primeiro ano.

Lira resolveu usar esse excedente. “O projeto é arrecadatório e, com essa sobra de recursos, conseguimos ampliar o número dos parcialmente isentos e ainda reduzir a CBS para todos”, disse o deputado.

Com a nova versão, quem ganha até R$ 7.350 mensais terá desconto no IR, o que amplia o benefício para mais 500 mil brasileiros.

A arrecadação dos mais ricos permanece a mesma, mantendo a previsão de sobras. Agora, esse dinheiro tem destino certo: aliviar o peso dos impostos sobre bens e serviços.

Até R$ 12 bilhões para baratear consumo

De acordo com os cálculos do Ministério da Fazenda e da Consultoria Legislativa da Câmara, mesmo com os ajustes, a arrecadação extra continuará positiva: a estimativa é de R$ 12,3 bilhões de sobra acumulada em três anos.

Esse valor será usado para reduzir a CBS, uma das siglas do novo sistema de impostos que unifica tributos federais e estaduais sobre o consumo e que pode chegar a 28% — o mais alto do mundo.

E o que muda na prática?

Confira os principais pontos da nova proposta da reforma do IR:

  • Isenção total para quem ganha até R$ 5.000/mês;
  • Desconto para rendas entre R$ 5.000 e R$ 7.350/mês;
  • Imposto mínimo de 0% a 10% para quem recebe de R$ 50 mil a R$ 100 mil/mês;
  • Imposto mínimo de 10% para rendas acima de R$ 100 mil/mês;
  • Rendas entre R$ 7.350 e R$ 50 mil/mês continuam como estão;
  • O excedente da arrecadação com ricos será usado exclusivamente para reduzir a CBS e o IVA, barateando o custo final dos produtos e serviços.
José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.