O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enfrenta uma crise interna crescente, que ficou mais evidente após a entrega de cargos por dois diretores da instituição. A Assibge (Associação dos Servidores do IBGE) emitiu uma nota nesta terça-feira (7) destacando que as mudanças na Diretoria de Pesquisas (DPE) refletem o agravamento da situação. Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, que ocupavam respectivamente os cargos de diretora e diretor-adjunto da DPE, optaram por entregar suas cargas, decisão que ainda não foi detalhada publicamente pelos envolvidos.
Em substituição, Gustavo Junger da Silva e Vladimir Gonçalves Miranda assumem os cargos de diretor e diretor-adjunto da DPE. Ambos são servidores do IBGE, com Junger atuando desde 2006 e Miranda desde 2010. Apesar da mudança, o instituto não forneceu informações detalhadas sobre os motivos por trás da saída dos diretores e da decisão interna dos servidores.
A Assibge associou as entregas de cargos a uma crescente insatisfação com a gestão de Márcio Pochmann, presidente do IBGE desde agosto de 2023.
“A entrega das cargas de diretor e diretor-adjunto de pesquisa mostra o agravamento da crise no IBGE”, afirmou a entidade, que também criticou a falta de diálogo por parte da presidência e medidas impopulares, como a criação da fundação IBGE+.
A fundação, apelidada de “IBGE paralelo” por críticos, gerou descontentamento entre servidores, que acusam Pochmann de adotar uma postura autoritária. Além disso, mudanças logísticas, como a transferência das diretorias para um imóvel de difícil acesso no Rio, também têm gerado repercussão negativa.
Embora o IBGE tenha se posicionado, afirmando que as críticas são naturais em momentos de mudança, a crise parece longe de ser resolvida, e a Assibge defende a abertura de um processo consultivo com os servidores para superar as divergências internas.