Dólar Agora

Dólar comercial cai mais de 1%

Com cotação fechando a R$6,1143, a moeda americana perde valor devido a declarações do presidente eleito dos EUA e incertezas fiscais no Brasil.

Dólar comercial cai mais de 1%

O dólar comercial registrou queda superior a 1% nesta segunda-feira (6), fechando a R$6,1143, após uma série de declarações políticas nos Estados Unidos, refletindo diretamente nas expectativas do mercado financeiro global. Às 17h03, na B3, o contrato futuro para fevereiro também sofreu perdas de 1,18%, sendo cotado a R$6,1415.

A queda do dólar ocorreu após o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, refutar uma reportagem do jornal The Washington Post, que afirmava que seus assessores estavam considerando um plano de tarifas reduzidas para certos setores críticos. Trump classificou a matéria como “Fake News” e rebateu as alegações em uma postagem na plataforma Truth Social.

“A matéria do Washington Post, citando as chamadas fontes anônimas, que não existem, afirma incorretamente que minha política tarifária será reduzida. Isso está errado. O Washington Post sabe que está errado. É apenas mais um exemplo de Fake News.”

afirmou o presidente eleito.

A reportagem citada pelo Washington Post indicava que o plano tarifário de Trump poderia ser mais brando do que o proposto durante sua campanha presidencial. No entanto, as fontes ouvidas pelo jornal não especificaram quais setores seriam afetados. A proposta original de tarifas universais, defendida por Trump em sua campanha, gerou preocupações no mercado, pois poderia levar a um aumento nos custos das exportações de outros países e também elevar a inflação nos Estados Unidos, impactando a política de juros da economia americana.

O impacto da política tarifária nas cotações do dólar está diretamente relacionado às preocupações sobre a competitividade das exportações e à pressão sobre o Federal Reserve (Fed) para adotar uma postura mais agressiva em relação ao corte de juros. A tensão entre os Estados Unidos e os seus parceiros comerciais, principalmente a China, continua a ser um fator relevante para as flutuações no mercado cambial.

O cenário doméstico no Brasil também pressiona o mercado

No Brasil, os investidores estão atentos aos dados econômicos que serão divulgados nesta semana, com destaque para o IPCA de dezembro, previsto para ser publicado na sexta-feira. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação, tem influenciado diretamente a expectativa sobre os rumos da política monetária do Banco Central.

Além disso, analistas apontam que a incerteza fiscal interna é um fator preponderante para o desempenho do real. Em 2024, o câmbio brasileiro passou por um enfraquecimento acentuado, refletindo as preocupações do mercado com o cumprimento das metas fiscais e o equilíbrio das contas públicas. Em entrevista, o economista João Antônio Lima, especialista em política fiscal, afirmou: “A perspectiva de desequilíbrio fiscal no Brasil continua a afetar a confiança dos investidores, o que resulta em maior volatilidade para o real.”

De acordo com analistas, a incerteza sobre os planos do governo e a preocupação com a deterioração fiscal devem permanecer como fatores cruciais para a dinâmica cambial em 2025. Isso pode manter a pressão sobre a moeda brasileira, ainda que o cenário internacional também influencie a taxa de câmbio.

Câmbio atual e preços do dólar

No fechamento de hoje, o dólar turismo registrou uma cotação de R$6,187 para compra e R$6,367 para venda, com uma alta considerável em relação ao valor do dólar comercial. O diferencial entre os valores reflete o aumento das tarifas de turismo, que têm se mantido elevadas devido à especulação no mercado financeiro e ao fluxo reduzido de turistas internacionais no Brasil.

Os analistas seguem monitorando os sinais do governo brasileiro em relação à política fiscal e à gestão da dívida pública, já que qualquer sinal de desaceleração econômica ou incerteza fiscal pode gerar flutuações adicionais no mercado de câmbio.

No exterior, o dólar também registrou perdas em relação a outras moedas emergentes, com o índice DXY, que mede a performance do dólar frente a outras seis moedas, sofrendo recuo de 0,45% durante a sessão de segunda-feira.

Índices

O dólar à vista fechou em baixa de 1,11%, aos 6,1143 reais. Às 17h03, na B3 o dólar para fevereiro — atualmente o mais líquido — cedia 1,18%, aos 6,1415 reais.

Dólar comercial

  • Compra: R$ 6,114
  • Venda: R$ 6,115

Dólar turismo

  • Compra: R$ 6,187
  • Venda: R$ 6,367