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Dólar dispara e atinge os R$ 5,56 com preocupações fiscais

O dólar registrava alta frente ao real nesta quinta (18), com valorização de 1%, à medida que investidores adotam uma postura defensiva.

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  • O dólar estava em alta em relação ao real nesta quinta-feira (18) com aumento de 1%
  • Diante das crescentes preocupações do mercado com o ajuste das contas públicas
  • No dia anterior, a taxa de câmbio à vista encerrou o dia em R$ 5,485 na venda

O dólar estava em alta frente ao real nesta quinta-feira (18), com um aumento de cerca de 1%, à medida que os investidores adotam uma postura defensiva no Brasil. Dessa forma, diante das crescentes preocupações do mercado com o ajuste das contas públicas.

Por volta das 10h25, o dólar comercial estava sendo negociado a R$ 5,542 para compra e R$ 5,543 para venda. Enquanto isso, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento mostrava um aumento de 0,95%. Assim, alcançando 5.550 pontos.

No dia anterior, a taxa de câmbio à vista encerrou o dia em R$ 5,485 na venda. Refletindo um aumento de 1,03%.

Esta semana, o dólar tem mostrado ganhos consistentes em relação ao real, impulsionados por comentários do presidente Lula na terça-feira (16). Nos quais ele questionou a viabilidade do cumprimento das diretrizes fiscais se outras prioridades surgirem.

As declarações de Lula em uma entrevista à TV Record reavivaram preocupações no mercado sobre o compromisso do governo com a disciplina fiscal, poucos dias antes da divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do terceiro bimestre. No qual o Executivo precisa explicar como planeja alcançar a meta de déficit zero este ano.

Declarações Simone Tebet

Além disso, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou anteriormente que Lula instruiu o governo a não gastar mais do que arrecada, uma diretriz que, segundo ela, será refletida no Orçamento do próximo ano.

“Nós temos um compromisso com o país, por determinação do presidente e da equipe econômica, de não gastar mais do que arrecada”, disse Tebet em entrevista ao programa “Bom dia, ministra”, do CanalGov.

“Foi uma boa sinalização em termos de falas, mas o mercado fica um pouco cético sobre se isso vai ser efetivamente colocado em prática”, disse Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

“Isso (falas de Tebet) deveria aliviar um pouco a pressão, mas não é algo que estamos vendo agora”, acrescentou.

No cenário global, os mercados monitoravam atentamente a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e os últimos dados de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos.

O BCE optou por manter sua taxa de depósito inalterada em 3,75%, conforme esperado pelos analistas, após ter iniciado um ciclo de afrouxamento monetário com um corte de 25 pontos-base na reunião anterior.

Além disso, as autoridades do BCE reafirmaram seu compromisso em conduzir a inflação na zona do euro de volta à meta de 2%. Mantendo os juros em níveis suficientemente restritivos pelo tempo necessário. Não houve indicações claras sobre próximos passos na política monetária.

Enquanto isso, investidores assimilavam os novos dados de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA. Que surpreenderam ao mostrar um aumento de 20.000 na semana anterior, totalizando 243.000 pedidos. Esses números reforçam a percepção de que o mercado de trabalho pode estar passando por um período de desaceleração.

Os dados, junto com uma inflação mais moderada no segundo semestre, devem reforçar a expectativa de um corte de juros pelo Federal Reserve em setembro. Os operadores já estão antecipando um primeiro corte nesse mês, com a possibilidade de dois cortes adicionais até o final do ano. Essa perspectiva de redução nas taxas de juros pelo banco central dos EUA tende a pressionar o dólar, que se torna menos atrativo em comparação com outros ativos quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.

Apesar desses indicativos, o índice do dólar, que avalia o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas. Registrava, contudo, um aumento de 0,22%, alcançando 103,900.

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