Regulamentação cripto

Banco Central anuncia medidas para regular mercado de cripto

O Banco Central do Brasil divulga novas diretrizes para o controle e a transparência no mercado de criptoativos, incluindo a reclassificação de moedas e medidas de educação financeira. Três consultas públicas estão em andamento para regulamentar o setor e garantir segurança nas transações.

Conteúdo oferecido por

Banco Central anuncia medidas para regular mercado de cripto Banco Central anuncia medidas para regular mercado de cripto Banco Central anuncia medidas para regular mercado de cripto Banco Central anuncia medidas para regular mercado de cripto
banco central 6.jpg
banco central 6.jpg

O Banco Central do Brasil (BC) deu um passo significativo em direção à regulação do mercado de criptoativos ao divulgar em seu Relatório Integrado novas medidas que prometem trazer maior controle e transparência ao setor. Essa iniciativa faz parte de um esforço mais amplo do BC em se adaptar às novas dinâmicas financeiras e garantir uma supervisão eficaz de ativos digitais. “Na condição de regulador de mercado, o BC está organizando a coleta de novas informações sobre criptoativos, incluindo transações liquidadas sem contratos de câmbio”, afirmou a instituição em seu documento oficial.

Na prática, uma das principais mudanças propostas é a diferenciação no monitoramento e na classificação dos criptoativos. As criptomoedas que não possuem emissor, como é o caso do Bitcoin, continuarão a ser contabilizadas na conta de capital. Esta conta abrange operações de compra e venda de ativos não financeiros produzidos, além de transferências de capital. Por outro lado, as moedas digitais que possuem emissor, como stablecoins e as moedas digitais desenvolvidas por bancos centrais, serão disponibilizadas na conta financeira. Essa conta inclui operações com ativos financeiros e passivos entre setores institucionais e entre esses setores e o resto do mundo, usando instrumentos financeiros.

Segundo informações do BC, as estatísticas mensais de compra e venda de criptoativos derivam de dados coletados dos contratos de câmbio. O documento aponta que os fluxos transnacionais de criptoativos crescem expressivamente desde 2017, atingindo US$ 16,7 bilhões em compras líquidas nos doze meses que se encerraram em outubro de 2024. Isso ressalta a crescente relevância do setor nas dinâmicas financeiras globais.

Desde julho do ano passado, o Banco Central adotou uma metodologia recomendada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que resultou na reclassificação dos criptoativos na balança comercial, transferindo-os para a conta de capital do balanço de pagamentos. Essa mudança visa aprimorar a precisão dos dados financeiros e facilitar a análise do mercado de criptoativos.

Educação Financeira e Criptoativos

O relatório também menciona os esforços do Banco Central em capacitar seus funcionários em relação aos criptoativos. O BC promoveu cursos focados em inovação tecnológica e riscos do setor, visando proporcionar uma melhor compreensão das criptomoedas. Para o público em geral, o programa de educação financeira Aprender Valor atua em 62% dos municípios brasileiros, abordando temas como fraudes digitais, embora ainda não inclua conteúdos específicos sobre criptoativos.

Na tentativa de regulamentar a indústria de criptoativos, o Banco Central lançou três consultas públicas:

  • CP 109/2024 – Quem Pode Trabalhar com Ativos Digitais: Esta proposta define regras para sociedades prestadoras de serviços de criptoativos, que serão categorizadas como intermediárias (que facilitam compra e venda), custodiantes (que guardam criptomoedas em carteiras seguras) e corretoras (que negociam criptomoedas como ativos financeiros). Além disso, bancas e corretoras tradicionais também poderão atuar nesse mercado, desde que sigam as regras específicas.
  • CP 110/2024 – Como Obter Autorização: As empresas que desejarem operar com criptoativos precisarão seguir um processo de autorização similar ao existente para bancos e corretoras de valores.
  • CP 111/2024 – Criptoativos no Câmbio: O objetivo aqui é incluir os criptoativos nas regras do mercado de câmbio, permitindo que transações com Bitcoin (BTC) e outras criptos sejam mais rastreadas e reguladas.

As propostas contidas nestas consultas públicas visam trazer segurança jurídica e combater fraudes, alinhando-se às tendências globais de regulação do setor. O avanço dessas iniciativas sinaliza uma intenção clara do Banco Central de atuar proativamente no ambiente de criptoativos, promovendo um mercado mais transparente e seguro para todos os envolvidos.

Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.