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Dólar fecha em baixa após dados de inflação dos EUA

Dólar em queda: Expectativas de corte de juros nos EUA e fluxo cambial negativo no Brasil impactam a moeda

Dólar fecha em baixa após dados de inflação dos EUA

O dólar à vista encerrou a quarta-feira (15) em queda de 0,36%, cotado a R$ 6,0251, o que representa a menor cotação de encerramento desde 12 de dezembro de 2024. A moeda acumula, em janeiro, uma desvalorização de 2,49%. A queda ocorre em meio à repercussão de dados de inflação nos Estados Unidos, que sinalizam um possível afrouxamento nas políticas monetárias do Federal Reserve (Fed).

Os investidores reagiram aos dados divulgados pelo governo dos Estados Unidos, que mostraram uma desaceleração no núcleo da inflação, o indicador que exclui alimentos e energia. Em dezembro, o núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,2%, um alívio em relação aos 0,3% registrados nos quatro meses anteriores. O índice acumula um aumento de 3,2% nos últimos 12 meses, uma leve desaceleração em relação ao aumento de 3,3% registrado em novembro.

Segundo os analistas, os números vieram abaixo das expectativas do mercado, que aguardava um avanço de 3,3%. “A desaceleração do núcleo da inflação reforça as apostas de que o Fed possa reduzir as taxas de juros em 2025”, comentou Brian Coulton, economista-chefe da Fitch Ratings.

Mercados reagem com expectativa de cortes de juros

A queda no núcleo da inflação alimentou as expectativas de que o Fed possa adotar uma postura mais acomodatícia, com os investidores agora precificando uma redução de 37 pontos-base nas taxas de juros em 2025, um aumento em relação aos 31 pontos-base antes da divulgação dos dados.

Como resultado, os rendimentos dos Treasuries — títulos do governo dos Estados Unidos — caíram, o que gerou uma pressão sobre o dólar nos mercados globais. O índice do dólar, que mede a força da moeda americana frente a outras divisas, caiu 0,11%, aos 109,080 pontos.

Dólar e fluxo cambial no Brasil

No Brasil, o dólar comercial apresentou oscilações ao longo do dia, atingindo a máxima de R$6,0711 (+0,41%) logo após a abertura. No entanto, após a divulgação dos dados de inflação, a moeda americana perdeu terreno, atingindo a mínima de R$6,0115 (-0,58%) antes de se estabilizar ao longo da tarde.

Às 17h05, o dólar para fevereiro, o mais negociado na B3, cedia 0,67%, cotado a R$6,0415. O Banco Central, por sua vez, informou que o fluxo cambial do Brasil registrou um saldo negativo de US$4,610 bilhões até o dia 10 de janeiro, com saídas líquidas de US$3,362 bilhões pela via financeira.