Câmbio

DÓLAR HOJE: Veja o que influencia o câmbio nesta sexta-feira (9)

A moeda norte-americana fechou a última quinta-feira (8) com queda de 1,47%, cotado a R$ 5,661

Dolar
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Nesta sexta-feira (9), a alta da Selic para 14,75% ao ano, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central (BC), segue influenciando a cotação do dólar. A moeda norte-americana fechou a última quinta-feira (8) com queda de 1,47%, cotado a R$ 5,661.

Esse efeito de recuo foi possível, pois o Brasil segue mais atrativo para capital estrangeiro, com o diferencial de juros em relação aos Estados Unidos (EUA), que definiu juros inalterados em 4,25% e 4,50% ao ano.

Mesmo com o comunicado do Banco Central não descartando um novo aumento de 0,25 ponto, o simples fato de a taxa de juros ter atingido seu nível mais alto desde 2006 reforçou a percepção de que o ciclo de aperto monetário está cumprindo seu papel no controle da inflação — tanto que a projeção de preços para 2026 foi revisada para baixo — e, por consequência, reduziu a pressão altista sobre a moeda americana.

Ao mesmo tempo, o cenário externo também colaborou para aliviar parte da tensão cambial.

O acordo anunciado entre Reino Unido e Estados Unidos, que ameniza tarifas de importação sobre aço, alumínio e automóveis, e as especulações acerca de uma possível redução pela metade da tarifa de 145% que os EUA aplicam sobre produtos chineses geraram um clima de otimismo nos mercados globais.

Embora a Casa Branca tenha classificado essas especulações de “mera conjectura”, a combinação de notícias sobre um enfraquecimento gradual das barreiras comerciais e a expectativa de conversas diretas entre China e EUA contribuiu para uma percepção mais favorável ao fluxo de capitais.

Dólar perdendo protagonismo?

Segundo a Bloomberg, cresce na Ásia o movimento para contornar o uso do dólar em transações financeiras, impulsionado por tensões comerciais e mudanças estruturais de longo prazo.

Bancos e corretoras relatam aumento na demanda por derivativos e operações em moedas alternativas, como yuan, euro, dirham e dólar de Hong Kong.

Empresas estão buscando hedges e empréstimos que evitem a dependência do dólar, enquanto investidores demonstram menor apetite pela moeda americana.

O estrategista Stephen Jen alertou para uma possível “avalanche” de US$ 2,5 trilhões em vendas de dólares, o que pode afetar seu status como principal moeda de reserva global.

A queda recente do dólar reflete tanto incertezas pontuais quanto uma tendência mais ampla de desdolarização.

Agenda de indicadores e eventos

Brasil – Nesta sexta-feira (9), o mercado financeiro local observa o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, a ser divulgado às 9:00.

EUA – O dia será marcado por uma maratona de discursos de dirigentes do Federal Reserve (FED), com John Williams (Nova York), Michael Barr, Adriana Kugler, Austan Goolsbee, Christopher Waller, Lisa Cook e Beth Hammack.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.