Câmbio

DÓLAR HOJE: Selic a 14,75% pode virar o jogo? Veja o que influencia o câmbio nesta quinta-feira (8)

Diferença histórica entre as taxas de juros do Brasil e Estados Unidos pode mudar o rumo da moeda norte-americana, que fechou a última quarta-feira (7) em alta

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COTAÇÃO DO DÓLAR HOJE:

09:05 – Dólar comercial (compra): -0,09%, cotado a R$ 5,741.

Radar do câmbio

Em um dia marcado por decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos (EUA), o dólar comercial encerrou a última quarta-feira (7) em alta de 0,61%, cotado a R$ 5,745 na compra. 

O movimento de valorização da moeda americana refletiu, sobretudo, o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que adotou um tom mais duro ao comentar a manutenção da taxa de juros norte-americana na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano — exatamente como previa o mercado. 

Powell sinalizou que o Fed ainda vê espaço para manter os juros em níveis elevados por mais tempo, o que reforça a atratividade dos ativos em dólar. Essa perspectiva tende a fortalecer a moeda americana, uma vez que juros mais altos nos EUA atraem fluxo de capital estrangeiro em busca de maior retorno.

No entanto, o cenário pode ganhar novos contornos nesta quinta-feira (8), após a decisão do Banco Central (BC) brasileiro de elevar a taxa Selic de 14,25% para 14,75% ao ano, após o fechamento do último pregão. 

Essa decisão amplia o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos e pode favorecer o real frente ao dólar, ao tornar os investimentos em renda fixa ainda mais atraentes para o investidor estrangeiro.

Confira a seguir os fatores que devem influenciar o câmbio nesta quinta-feira (8):

O que influencia o dólar hoje?

Nesta quinta-feira (8), o mercado de câmbio reage a uma combinação de fatores.

No Brasil, será sentido a decisão do BC em elevar a Selic. O pregão evidenciará como os investidores lideram com o comunicado do Banco Central, que sinalizou que o ciclo de alta pode estar perto do fim, o que pode limitar um impulso positivo para a moeda brasileira.

Ao mesmo tempo, o cenário externo adiciona volatilidade. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um acordo comercial “completo e abrangente” com o Reino Unido, o primeiro de uma série prometida por sua administração.

A notícia animou os mercados globais nesta manhã e contribuiu para um ambiente de maior apetite por risco, o que geralmente favorece moedas de países emergentes como o Brasil.

No entanto, a política comercial agressiva de Trump, com tarifas sobre dezenas de países, ainda gera incerteza e pode manter o dólar pressionado globalmente, em especial se houver novos atritos com parceiros relevantes como China ou União Europeia.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.