
Se você achava que o dólar estava caro, prepare-se: analistas já projetam disparada da moeda americana para até R$ 8 diante da escalada de tensão entre Lula e Donald Trump. Entenda os riscos e o que pode acontecer com o seu bolso.
A economia brasileira entrou oficialmente no radar de risco máximo após o ex-presidente dos Estados Unidos e candidato favorito à Casa Branca, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que entra em vigor no dia 1º de agosto, foi apresentada como uma reação direta a decisões do governo Lula e à atuação do STF contra aliados de Bolsonaro.
Trump alegou, em carta pública, que o Brasil “deixou de ser um parceiro confiável” e que o país estaria vivendo sob um “regime autoritário”, com alinhamentos com ditaduras, incluindo países-membros do BRICS. Embora o discurso tenha motivação política evidente, os impactos são econômicos e imediatos: o dólar disparou, investidores fugiram do risco, e o cenário para o real ficou ainda mais instável.
Mercados em pânico e dólar em alta
Logo após o anúncio da tarifa, o dólar futuro disparou mais de 2%, e a Bolsa brasileira desabou no mercado internacional. O ETF EWZ, que espelha o desempenho da B3 em Wall Street, recuou cerca de 2% em poucos minutos. Especialistas alertam que isso pode ser apenas o começo.
Combinando esse cenário internacional com os erros internos do governo — como o avanço da gastança pública, a interferência em estatais e a instabilidade política —, o Brasil se torna uma bomba-relógio cambial. E essa bomba já começou a apitar.
Lula reage com bravatas e ameaça retaliar
A resposta do governo brasileiro não contribuiu para acalmar o mercado. Em vez de adotar um tom diplomático, Lula subiu o tom, chamou Trump de “autoritário” e ameaçou retaliar os Estados Unidos com medidas equivalentes. O presidente também acionou o Itamaraty para pressionar via organismos multilaterais — algo considerado ineficaz por diplomatas experientes.
Essa escalada verbal preocupa investidores. Segundo gestores de fundos cambiais, a chance de o dólar ultrapassar os R$ 6 já é concreta. Se a tensão continuar crescendo, não está descartado que a moeda americana atinja a casa dos R$ 8 ainda em 2025.
Populismo cambial e risco de fuga de capitais
A crise cambial também tem raízes domésticas. O Brasil vive um cenário de “populismo cambial”, com o governo tentando manter artificialmente o real valorizado, mesmo com uma inflação pressionada, alta nos juros e dívida pública em escalada. Essa manipulação do mercado cambial acaba gerando desconfiança e fuga de capitais estrangeiros.
Além disso, investidores estão inseguros com a condução da política econômica. A falta de um plano fiscal claro, o avanço da intervenção política em empresas estatais e a deterioração da relação entre os Três Poderes agravam a percepção de risco do Brasil.
Rumo ao abismo? Veja o que esperar
O Brasil, que já enfrentava desafios econômicos internos, agora lida com uma crise internacional que pode afetar diretamente a vida do cidadão. Produtos importados devem ficar mais caros, o custo de vida pode subir e o cenário de recessão volta ao radar. E, caso o dólar realmente atinja R$ 8, o impacto será devastador para famílias, empresas e para o próprio governo.