
- São Paulo exigirá chuveiros automáticos, exaustores e detectores de fumaça em garagens com pontos de recarga elétrica.
- Novos prédios terão que seguir a regra integralmente, enquanto antigos terão adaptações específicas.
- A regulamentação sai ainda em julho e afetará diretamente moradores, motoristas e gestores de condomínios.
O governo de São Paulo vai exigir novos sistemas de segurança em garagens com carregadores de carros elétricos. A medida, resultado de um acordo com o Corpo de Bombeiros e montadoras, exige equipamentos como chuveiros automáticos e exaustores. Desse modo, a regulamentação será publicada ainda em julho e poderá impactar fortemente quem vive ou trabalha em prédios com recarga.
Regras chegam para enfrentar risco de incêndios
O uso de carros elétricos vem crescendo, mas, com ele, surgem também novas preocupações. Uma das principais está ligada à segurança dos pontos de recarga, principalmente em garagens fechadas. Pensando nisso, o governo paulista resolveu agir antes que tragédias aconteçam.
Após mais de um ano de debates, as autoridades estaduais chegaram a um consenso com representantes do setor automotivo e da construção civil. Ficou decidido que garagens com recarga de veículos elétricos precisarão ter sistemas de combate a incêndios mais avançados. Entre as exigências, estão os sprinklers (chuveiros automáticos), detectores de fumaça e ventilação forçada com exaustores.
Esses itens não serão opcionais. Segundo especialistas, as baterias de íon-lítio, usadas nos veículos elétricos, oferecem risco elevado. Elas podem pegar fogo de forma intensa e difícil de controlar, o que coloca em risco tanto a estrutura do prédio quanto a vida de quem circula por ali.
Novos prédios terão mais exigências
As novas regras não serão iguais para todos. Para os edifícios novos, construídos a partir da publicação da norma, a exigência será total. Ou seja, desde o projeto, as construtoras precisarão prever e instalar os equipamentos necessários para liberar pontos de recarga.
Já nos prédios mais antigos, a norma será adaptada. Isso significa que os síndicos e moradores terão que seguir diretrizes específicas, levando em conta a estrutura existente. Assim, evita-se a obrigatoriedade de obras inviáveis ou extremamente caras.
Durante as negociações, o governo chegou a propor medidas ainda mais rígidas, como o aumento do espaçamento entre vagas ou a instalação de paredes corta-fogo. No entanto, essas ideias foram descartadas após resistência das montadoras e de representantes do setor imobiliário, que argumentaram sobre o custo e a inviabilidade técnica em boa parte dos edifícios.
Setor privado ajudou a construir o texto final
Ao longo das discussões, entidades como o SindusCon-SP (sindicato da construção), a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e o Corpo de Bombeiros participaram ativamente da formulação das regras. A ideia foi unir segurança técnica e viabilidade prática.
Essa parceria entre governo e iniciativa privada ajudou a encontrar soluções mais equilibradas. Por exemplo, os exaustores obrigatórios garantirão que a fumaça, caso surja, seja rapidamente expelida. Já os chuveiros automáticos atuarão nos primeiros minutos de fogo, o que reduz o tempo até a chegada de bombeiros.
A intenção do Estado, portanto, é garantir que os prédios comecem a oferecer infraestrutura segura sem dificultar o crescimento do mercado de veículos elétricos. Para isso, será essencial que os condomínios se organizem com antecedência e avaliem os investimentos necessários.
O que os motoristas e condomínios precisam fazer
Aqueles que possuem carros elétricos ou estão planejando adquirir um terão que prestar atenção nas novas exigências. Não bastará apenas instalar o carregador: também será obrigatório garantir que o local possua sistema de segurança adequado.
Além disso, síndicos e administradoras de condomínios precisarão se adaptar. Além do impacto financeiro, será necessário cuidar da parte técnica, envolvendo eletricistas, engenheiros e empresas especializadas em combate a incêndios.
Portanto, embora a regra gere novos desafios, muitos especialistas defendem que a mudança é positiva. Afinal, com o avanço da mobilidade elétrica, os riscos também aumentam. Ignorar isso agora poderia ter consequências graves no futuro.