A taxa de juros deve subir mais uma vez hoje, dos atuais 13,25% para 13,75%, de acordo com o Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Segundo os economistas que fazem parte do colegiado, o movimento deve encerrar o ciclo de alta dos juros deste ano, com a Selic mantendo esse patamar até o fim de 2022.
Para 2023, a mediana da projeção da Selic foi revisada de 9,75%, apontada no relatório anterior do grupo, de junho, para 10,50%. A mudança reflete a análise de que as incertezas do cenário de curto e médio prazos exigirão uma taxa média de juros mais alta por mais tempo.
As estimativas dos economistas para a inflação, entretanto, foram revistas para baixo, dadas as medidas de desoneração fiscal adotadas pelo governo federal. A projeção do IPCA (Índices de Preços ao Consumidor Amplo), que estava em 9,1% no último relatório do grupo, passou para 7,2%. Para 2023, a revisão foi para cima, de 4,3% a 5,4%.
Em relação à atividade econômica, a projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2022 subiu de 1,5%, apontado no relatório anterior, para 2%. Já para 2023, é esperada perda de tração, diante dos efeitos da política monetária restritiva na atividade doméstica e do contexto de desaceleração da economia mundial: o crescimento de 0,49% foi revisto para 0,30%.
Para o câmbio, é esperada pelos economistas uma desvalorização adicional do real frente ao dólar, por conta do aumento dos juros no mercado internacional e da redução dos preços das commodities. A projeção para o encerramento de 2022 foi revisada de R$ 5,00, apontados no relatório anterior, para R$ 5,20.
Confira o Relatório Macroeconômico da ANBIMA
O Grupo Consultivo Macroeconômico é composto por 24 economistas de instituições associadas à ANBIMA. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom, para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.