
Uma escola americana está chamando atenção e gerando polêmica por sua proposta ousada: ensinar crianças com apenas duas horas de IA por dia, sem professores em tempo integral e sem incluir debates de diversidade ou questões sociais.
O modelo da Alpha School, com apoio do bilionário Bill Ackman, cresce em vários estados dos EUA, expande-se para Nova York e promete revolucionar a forma como a educação básica é entendida no país.
A proposta da Alpha School
Fundada no Texas, a Alpha School aposta na inteligência artificial como tutor principal das crianças. Em apenas duas horas diárias, os alunos completam o currículo obrigatório com softwares de aprendizado adaptativo, liberando o resto do dia para atividades consideradas “skills de vida”, como música, esportes, oratória e até passeios de bicicleta.
Segundo seus fundadores, a ideia é romper com o modelo tradicional de ensino, considerado ultrapassado.
“Há 200 anos a sala de aula é um professor diante de um quadro. O mundo mudou, mas a escola não”, dizem os criadores da instituição.
O posicionamento anti-DEI
Outro diferencial da escola é o distanciamento das agendas políticas e sociais. Em meio ao avanço de iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) nos EUA, a Alpha adota uma postura contrária. Questões identitárias, raciais ou de gênero simplesmente não fazem parte do conteúdo.
A cofundadora MacKenzie Price afirma que “nada político ou social deve interferir no propósito da escola”. O discurso conecta-se ao movimento de pais e investidores que rejeitam o que classificam como “doutrinação woke” em escolas e universidades.
Bill Ackman como embaixador
O investidor bilionário Bill Ackman, um dos críticos mais duros das universidades americanas por sua agenda DEI, tornou-se o maior porta-voz da Alpha School. Embora não tenha investido financeiramente, ele divulga a escola ativamente em sua rede e descreve o modelo como a maior inovação na educação em séculos.
Ackman afirma que a Alpha é um contraponto ao que considera falhas do sistema atual e defende que a combinação de IA com atividades práticas pode preparar melhor as novas gerações para os desafios do futuro.
Expansão e custos

A Alpha School já possui unidades no Texas, Flórida e Califórnia, e se prepara para inaugurar um campus em Manhattan em setembro, com mensalidades que variam de US$ 40 mil a US$ 65 mil por ano.
Além de Nova York, novas unidades estão previstas em estados como Virgínia, Carolina do Norte, Arizona e até em Porto Rico. O crescimento acelerado da Alpha reflete tanto o apelo de seu discurso anti-woke quanto o interesse em modelos educacionais de alta tecnologia.
Pontos principais
- Escola americana aposta em apenas 2 horas de IA para substituir professores.
- Modelo rejeita pautas sociais e se posiciona como alternativa “anti-woke”.
- Bill Ackman virou embaixador informal da iniciativa e a expansão chega a Nova York.