
O governo de El Salvador continua sua controversa estratégia de acumular Bitcoin, mesmo em meio a incertezas sobre o futuro dessa política após o Fundo Monetário Internacional (FMI) sugerir que o país estabeleça um limite para esse tipo de investimento.
No último domingo (9), El Salvador comprou mais seis unidades de Bitcoin, expandindo sua reserva para 6.111 unidades, que atualmente valem cerca de US$ 504 milhões (R$ 2,9 bilhões).
Acordo com o FMI: empréstimo bilionário e exigências
As aquisições ocorreram dias após o FMI divulgar um documento detalhando as condições para que El Salvador recebesse um empréstimo de US$ 1,4 bilhão. Segundo o FMI, o governo salvadorenho teria concordado com as exigências, incluindo as relacionadas às criptomoedas.
O FMI afirmou que “os compromissos do programa limitarão o envolvimento do governo em atividades econômicas relacionadas ao Bitcoin, bem como transações governamentais e compras de Bitcoin”. Ou seja, as compras da criptomoeda estariam ameaçadas.
Apesar da afirmação do FMI, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, usou as redes sociais para enfatizar que as compras do ativo “não vão parar”. No entanto, ele não negou a existência do acordo com o órgão e a inclusão das medidas informadas no documento.
Futuro incerto
Apesar das recentes compras e da promessa de Bukele, o futuro da política de Bitcoin de El Salvador ainda é incerto. O relatório do FMI indica que a economia do país precisa do empréstimo, o que dá poder de barganha à organização.
Como consequência do acordo com o FMI, o Congresso de El Salvador aprovou, em janeiro, alterações na lei que tornou o Bitcoin uma moeda de curso legal em 2021. A principal mudança foi a retirada da obrigação de estabelecimentos comerciais e empresas aceitarem o Bitcoin como forma de pagamento.
O Congresso também removeu dois trechos da lei:
- O que permitia o pagamento de impostos com a criptomoeda.
- O que obrigava o governo a oferecer formas de conversão de Bitcoin para dólar em caixas eletrônicos.