
- Starlink quer investir US$ 112,7 milhões na África do Sul para obter licença de operação.
- Governo planeja fechar projeto que amplia acesso à internet em comunidades remotas antes do G20.
- Empresa enfrenta exigências regulatórias, mas aposta em parcerias locais para viabilizar entrada.
A Starlink, empresa de internet via satélite do bilionário Elon Musk, prepara um movimento estratégico para entrar oficialmente na África do Sul. Assim, o país natal do empresário pode receber um investimento de aproximadamente US$ 112,7 milhões nos próximos meses. Nesse sentido, a intenção é obter a licença de operação local e consolidar sua presença em um dos mercados mais promissores do continente.
Investimento milionário mira infraestrutura local
O montante, que equivale a mais de R$ 600 milhões, será destinado à criação de infraestrutura técnica e operacional. O foco inicial está voltado para comunidades regionais, que hoje enfrentam dificuldades de acesso à internet de qualidade. O modelo de conectividade via satélite da Starlink surge, portanto, como alternativa eficaz para regiões afastadas dos grandes centros urbanos.
A proposta foi bem recebida por autoridades locais, já que além da melhoria na comunicação, o projeto pode gerar empregos diretos e indiretos. Além disso, o plano de Musk contempla a construção de uma base local de suporte técnico, fortalecendo o ecossistema de inovação no país.
A expectativa é que o acordo seja fechado antes da cúpula do G20, evento marcado para as próximas semanas. A presença de líderes globais pode servir como palco ideal para o anúncio oficial da entrada da Starlink no território sul-africano.
Burocracia e regulação ainda são desafios
Apesar do otimismo, o processo de licenciamento na África do Sul ainda apresenta entraves regulatórios. O governo exige, por exemplo, a presença de sócios locais em empresas de telecomunicações estrangeiras, algo que Musk vem tentando contornar por meio de negociações.
Fontes próximas ao governo indicam que a Starlink estuda firmar parceria com empresas sul-africanas para atender às exigências legais. Essa é uma estratégia já adotada em outros países africanos, como Moçambique e Nigéria, onde a empresa opera por meio de acordos regionais.
Mesmo com obstáculos, o avanço das tratativas aponta para uma solução viável. Especialistas acreditam que a visibilidade internacional do projeto e o potencial de impacto social podem acelerar a liberação da licença e permitir o início das atividades ainda em 2025.
Conectividade como pilar de desenvolvimento
A iniciativa da Starlink reforça uma tendência global: o uso da internet como vetor de inclusão e desenvolvimento social. Em áreas com baixa cobertura de rede, a conexão via satélite se tornou uma solução imediata, principalmente após a pandemia, que escancarou desigualdades digitais.
Na África do Sul, mais de 20 milhões de pessoas ainda vivem em áreas com acesso precário ou inexistente à internet, segundo dados do governo. Isso limita não apenas o consumo de conteúdo, mas também o acesso à educação, saúde e serviços bancários digitais.
A chegada da Starlink pode, assim, representar um salto tecnológico significativo, colocando o país em posição mais competitiva dentro do continente africano. Para Elon Musk, além do retorno financeiro, o projeto carrega um simbolismo pessoal: levar inovação justamente para o lugar onde sua história começou.