
- A Embraer alcançou carteira de pedidos de US$ 26,4 bilhões, com alta de 25% no 1º trimestre.
- A aviação comercial registrou queda de 10%, mas entregas cresceram em outras áreas.
- A companhia aposta em contratos e produção para manter o desempenho em 2025.
A Embraer registrou um crescimento de 25% em sua carteira de pedidos no primeiro trimestre de 2025, alcançando US$ 26,4 bilhões. No entanto, apesar do desempenho positivo em segmentos como aviação executiva, defesa e serviços, a aviação comercial apresentou uma queda de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Expansão da carteira de pedidos
A Embraer encerrou o primeiro trimestre de 2025 com uma carteira de pedidos firmes no valor de US$ 26,4 bilhões. Esse número representa um aumento de 25% em comparação ao mesmo período de 2024. O resultado superou o recorde que a empresa havia alcançado no quarto trimestre do ano passado.
Nesse sentido, os segmentos de aviação executiva, defesa e serviços impulsionaram esse avanço. Assim, a carteira de aviação executiva atingiu US$ 7,6 bilhões, o que equivale a um crescimento de 66% em relação a 2024. Em paralelo, os setores de defesa e segurança, e de serviços e suporte, cresceram 73% e 49%, respectivamente, chegando a US$ 4,2 bilhões e US$ 4,6 bilhões.
Além disso, esses resultados comprovam a consolidação da Embraer como fornecedora estratégica em diversas áreas. A diversificação de receita funciona como fator essencial para compensar oscilações em setores específicos, como o de aviação comercial.
A empresa fortaleceu sua posição no mercado global com a expansão da carteira, especialmente em um momento de reconfiguração da demanda por aeronaves de diferentes portes e finalidades.
Queda na aviação comercial preocupa
Apesar da expansão geral, o setor de aviação comercial registrou retração. A carteira de pedidos atingiu US$ 10 bilhões no fim de março, valor que representa uma queda de 10% em relação ao mesmo trimestre de 2024. Além disso, o número caiu 2% em relação ao último trimestre do ano passado.
Ademais, os problemas na cadeia de suprimentos e pendências comerciais prejudicaram a entrega de duas aeronaves programadas para o período. A Embraer identificou essas questões como principais causas da retração.
Mesmo assim, a empresa entregou sete jatos comerciais no trimestre. Esse volume equivale a 9% da meta anual de entregas do segmento, que varia entre 77 e 85 aeronaves.
Em suma, a Embraer trabalha para normalizar a produção e fechar as negociações em andamento. Com isso, pretende recuperar o desempenho ao longo dos próximos trimestres.
Entregas em alta e novas perspectivas
Entre janeiro e março, a Embraer entregou 30 aeronaves. O volume total indica um aumento de 20% em comparação ao mesmo período de 2024. A empresa entregou 23 jatos executivos, o que corresponde a um crescimento de 28% nesse nicho.
Sendo assim, a companhia aposta no desempenho das linhas executiva e de defesa para equilibrar os resultados de 2025. Além disso, novos contratos devem impulsionar os números da Embraer nos próximos meses.
Além disso, um dos principais destaques é o pedido firme da ANA Holdings, que prevê a entrega de 15 jatos E190-E2 com opção de mais cinco unidades. A empresa estima que esse contrato, que será incorporado à carteira no segundo semestre, alcance US$ 1,1 bilhão a preço de lista.
Desse modo, esse tipo de acordo aumenta a confiança dos clientes e amplia a previsibilidade de receitas futuras. Com isso, a Embraer antecipa riscos e planeja seus investimentos com maior precisão.
Análise de mercado e desafios futuros
Apesar do crescimento da carteira, analistas ainda observam com cautela o desempenho da aviação comercial. A XP Investimentos classificou os dados como neutros, alertando para entregas abaixo do esperado nesse segmento.
Em contrapartida, o desempenho positivo nos demais setores atenuou os impactos da queda pontual. A Embraer demonstrou flexibilidade e preparo para lidar com ciclos adversos ao manter entregas sólidas em outras frentes.
Desse modo, os desafios permanecem, especialmente na cadeia de suprimentos. A empresa, no entanto, aposta em uma recuperação gradual da produção e no fortalecimento de suas parcerias estratégicas.
Portanto, o cenário dos próximos meses será determinante para confirmar a tendência de crescimento e revisar metas, caso necessário.