As emissões no mercado de capitais somaram R$ 32,5 bilhões em agosto, o que representa um recuo de 60% na comparação com o mês anterior. De acordo com os dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), as ofertas totalizam R$ 351 bilhões no acumulado dos oito primeiros meses de 2022, uma redução de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda poderá ser acentuada, uma vez que ainda há ofertas em andamento e em análise, de R$ 10,2 bilhões e R$ 12,7 bilhões, respectivamente (desconsiderando as de ações).
A renda fixa respondeu por 96% das emissões do mercado de capitais em agosto (R$ 31,9 bilhões), na maior participação do segmento para um único mês desde setembro de 2018.
“Mesmo com a possibilidade do ciclo de alta dos juros não se prolongar nos próximos meses, o elevado patamar das taxas ainda deverá manter atrativas as condições dos papéis de renda fixa no mercado primário, por conta do forte fluxo de investidores para o segmento”, afirma José Eduardo Laloni, vice-presidente da ANBIMA.
Debêntures se destacam
Em agosto, as emissões de debêntures somaram R$ 21,6 bilhões, o equivalente a 66% das ofertas totais do mercado de capitais no mês, em linha com a média do acumulado de janeiro a julho. No ano, o volume captado com esses títulos de dívida privada somou R$ 180,2 bilhões, um crescimento de 31% em relação aos R$ 137,5 bilhões ofertados de janeiro a agosto de 2021.
O destaque é o aumento da participação dos fundos de investimento como subscritores no acumulado de janeiro a agosto: 42,8%, ante 36,5% no mesmo período de 2021. O crescimento, entretanto, foi insuficiente para ultrapassar a parcela dos intermediários e demais participantes ligados à oferta, que se mantêm como os principais subscritores nas ofertas públicas de debêntures (45,7%). Investidores institucionais (6,7%), pessoas físicas (4,7%) e investidores estrangeiros (0,1%) aparecem em seguida.
Renda variável e mercado externo
Na renda variável, não houve registro de operação no mercado doméstico em agosto. A última oferta ocorreu em julho, com um follow-on de R$ 30,9 bilhões da Eletrobrás. No ano, até agosto, as captações somam R$ 49,7 bilhões, sendo R$ 406 milhões em IPOs e R$ 49,3 bilhões em follow-ons.
Os investidores estrangeiros reduziram em mais de 10 pontos percentuais a participação na subscrição de ações, passando de 35,9% para 25,8% entre janeiro e agosto deste ano, na comparação ao mesmo período do ano passado.
Assim como ocorreu em julho, nenhuma operação no mercado externo foi registrada em agosto. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, foram contabilizadas 12 operações, que correspondem aos volumes de US$ 5 bilhões em renda fixa e de US$ 125 milhões em renda variável.