
- O plano de saúde deixou de ser custo e se tornou diferencial estratégico na retenção de talentos.
- A inflação médica pressiona empresas a adotarem programas de prevenção, coparticipação e gestão de dados.
- Um RH mais analítico pode transformar o benefício em ativo competitivo, elevando engajamento e produtividade.
O plano de saúde já não é apenas um benefício corporativo, mas um fator estratégico que impacta diretamente a competitividade das empresas. Hoje, ele representa o segundo maior custo das companhias, atrás apenas da folha de pagamento, segundo Bernardo Escarinci, sócio da Globus Seguros do grupo Maldivas.
Esse cenário é impulsionado por fatores como envelhecimento populacional, aumento das doenças crônicas, judicialização da saúde, inclusão de novos procedimentos no rol da ANS e avanço da tecnologia médica. O resultado é uma pressão crescente sobre os custos e a necessidade de repensar a forma como as organizações administram o benefício.
Por que o plano de saúde virou prioridade para empresas?
Nos últimos anos, os profissionais passaram a valorizar não apenas salários competitivos, mas também qualidade de vida, segurança e bem-estar. Em períodos de crise, como durante a pandemia, a relevância do benefício se intensificou, tornando-se um diferencial competitivo entre propostas de trabalho.
“Muitas empresas deixaram de tratar o plano como uma simples despesa e passaram a considerá-lo peça-chave de suas estratégias de valorização do colaborador“, afirma Escarinci. Assim, em setores como tecnologia, saúde e mercado financeiro, a cobertura oferecida pode ser decisiva para atrair ou reter talentos.
Desse modo, na prática a escolha de profissionais entre uma vaga e outra muitas vezes depende da abrangência do plano, da rede de hospitais credenciados e das condições oferecidas para dependentes.
Como a inflação médica pressiona as empresas?
A chamada inflação médica, medida pela VCMH (Variação de Custos Médico-Hospitalares), avança em ritmo duas vezes superior à inflação oficial. Isso eleva os gastos das empresas com assistência, exigindo medidas de contenção que não comprometam a qualidade do benefício.
Entre as estratégias mais comuns estão programas de prevenção, incentivo ao uso consciente do plano, análise detalhada de dados de utilização e modelos de coparticipação. Além disso, essas práticas reduzem desperdícios e aumentam a eficiência na gestão dos recursos.
Portanto, empresas que adotam tais medidas conseguem equilibrar orçamento e qualidade, além de demonstrar comprometimento com a saúde integral dos colaboradores.
O papel do RH na transformação do benefício
Para Escarinci, o RH precisa atuar de forma mais estratégica. Isso envolve interpretar dados de saúde, implementar programas personalizados de prevenção e manter comunicação clara sobre o funcionamento do plano.
Ademais, quando o colaborador entende o valor do benefício, aumenta seu engajamento. Esse engajamento reflete na produtividade, ajudando a transformar o plano de saúde em ativo estratégico, e não apenas em despesa elevada.
Por fim, a gestão eficiente do benefício fortalece a imagem da empresa no mercado, contribui para reduzir absenteísmo e promove um ambiente de trabalho mais saudável e competitivo.